O Sicredi, uma das principais instituições financeiras cooperativas do País, encerrou 2023 com resultado líquido de R$ 6,9 bilhões, 16,5% maior que o de 2022.
Deste montante, R$ 2,9 bilhões serão distribuídos diretamente aos associados, nome que a instituição dá aos clientes. Cada um receberá uma quantia proporcional ao uso dos produtos e serviços do Sicredi que fez ao longo do ano passado.
O crescimento dos resultados foi impulsionado pela expansão do tamanho do Sicredi, que é um dos símbolos do avanço das cooperativas de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN).
A carteira de crédito ampliada do conglomerado subiu 21,4%, para 210,5 bilhões. A maior delas é a carteira agro, com R$ 83,4 bilhões em saldo em dezembro (+24,2% em um ano), mas também cresceram a dois dígitos as operações para empresas (+20,2%) e pessoas físicas (+19,1%).
“O mais importante é que para além dos números, é um resultado dos associados, do crescimento que estamos tendo nas regiões em que estamos presentes”, afirmou ao Broadcast o diretor de Sustentabilidade, Administração e Finanças do Sicredi, Alexandre, Englert Barbosa.
A instituição encerrou 2023 com 7,5 milhões de associados, número que aumentou para 7,8 milhões neste ano. A meta é chegar a 10 milhões no final do ano que vem.
No final do ano passado, o Sicredi tinha R$ 324,5 bilhões em ativos, alta de 23,2% em um ano. O patrimônio líquido subiu 22,4%, para R$ 37 bilhões, e o volume de depósitos teve alta de 18,8%, para R$ 182,8 bilhões.
Segundo Englert, a ideia é manter o ritmo de crescimento do crédito similar ao do ano passado, principalmente pela expansão da base de associados e da quantidade de operações que eles fazem.
“Tem o crescimento da renda, a taxa de juros em queda. São movimentos que vão ter impacto em praticamente todo o sistema financeiro”, diz o diretor.
Embora possam prestar todos os serviços de um banco comercial, as cooperativas de crédito não têm o lucro como finalidade e são isentas de tributos sobre o resultado, o que permite a distribuição dos resultados aos associados. No ano passado, a instituição calcula ter gerado economia média de R$ 3.119 a cada associado, ou R$ 23,5 bilhões ao todo.
Antes associadas ao agro, elas começaram a se expandir pelo País e a conquistar clientes nas grandes cidades, mas também em cidades do interior, em que ocupam espaços deixados pelo enxugamento das redes físicas dos grandes bancos.
No Sicredi, foram 224 novas agências abertas no ano passado, sendo que 162 delas foram abertas em cidades em que antes a instituição não tinha presença física.
“96% das transações são feitas pelo digital. Mas a presença física ainda é importante, entrar nos municípios ainda tem um impacto”, afirma Englert, que diz que um dos ganhos é o aumento dos depósitos: ao ver a agência, o associado passa a confiar mais na instituição e deixa seu dinheiro lá.
O Sicredi tem hoje 2.700 agências físicas espalhadas pelo País, em 2.000 cidades, e deve abrir cerca de 200 novos pontos de atendimento neste ano. Itaú Unibanco e Bradesco, os dois maiores bancos comerciais privados do Brasil, tem redes menores, e em redução diante da busca dessas instituições por mais eficiência.