A CTG Brasil registrou Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 4,514 bilhões em 2024, alta de 4,3% em relação 2023. Por outro lado, a companhia registrou receita operacional líquida consolidada de R$ 5,836 bilhões no ano passado, queda de de R$ 206,2 milhões (3,4%) em relação a 2023. O lucro líquido foi de R$ 2,27 bilhões, queda de 14,3% em relação ao exercício de 2023.
Entre as explicações para o resultado, a empresa destacou a redução de R$ 336,6 milhões na receita bruta do ambiente de comercialização livre (ACL), em função de redução dos volumes e dos preços médios dos novos contratos bilaterais de suprimento de energia, em função das condições de mercado, na controlada Rio Paranapanema.
Houve também redução de R$ 104,6 milhões na receita bruta de comercialização em razão do menor preço médio praticado na comparação entre os dois exercícios, bem como em razão do encerramento das atividades da controlada CTG Trading no mês de outubro/24.
“O ano de 2024 foi bastante desafiador para o mercado de comercialização de energia. Vivenciamos sucessivas ondas de calor com picos expressivos de demanda por energia, aliadas a um cenário hidrológico de escassez, em geral bastante adverso até o início do período úmido, o que se traduziu em uma grande volatilidade de preços tanto no curto como no longo prazo por todo o ano”, afirmou a empresa em seu balanço.
Sobre o lucro líquido, a CTG Brasil destacou o impacto negativo de R$ 558,7 milhões referente ao reconhecimento contábil dos efeitos da variação cambial sobre os empréstimos mantidos pela empresa CTG Luxemburgo. “Em bases normalizadas, isto é, não considerando os efeitos relevantes e não recorrentes, o lucro líquido consolidado da CTG Brasil encerrou o ano de 2024 com R$ 2,528 bilhões, o que representa um aumento de 0,9% ou R$ 21,3 milhões na comparação normalizada com o exercício de 2023”, acrescentou a empresa.
A dívida líquida apresentou aumento de 35,8%, ou R$ 896,6 milhões, na comparação com a posição final de 2023. “Esse incremento se deu principalmente em razão do reconhecimento dos efeitos contábeis da variação cambial incidentes sobre os saldos dos empréstimos com partes relacionadas mantidos pela controladora e pela controlada Rio Paraná”, informou a empresa.
Apesar do cenário desafiador, a CTG Brasil reforçou que os investimentos seguiram como prioridade em 2024, sinalizando que a empresa mantém uma estratégia de longo prazo parra o mercado brasileio. A companhia destacou a conclusão das obras do Complexo Solar de Arinos, em Minas Gerais, e o avanço na construção do Complexo Eólico Serra da Palmeira, na Paraíba, com conclusão prevista para 2025.
“Esses projetos, reforçam nosso compromisso com a diversificação da matriz energética e a ampliação da geração renovável. Também seguimos com a modernização das usinas de Ilha Solteira e Jupiá, contratando o terceiro lote de obras. Com investimentos superiores a R$ 3 bilhões até 2038, essa iniciativa aumenta a eficiência e a confiabilidade dos ativos, assegurando maior competitividade no longo prazo”,
A CTG Brasil responde pela operação de 12 usinas hidrelétricas (UHEs) e duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), através da gestão de quatro empresas subsidiárias diretas e indiretas: Rio Paraná, Rio Paranapanema, Rio Canoas e Rio Verde. A Companhia também possui uma comercializadora de energia – a CTG Negócios, que em 2024 foi direcionada para escoar exclusivamente a energia gerada pelos novos empreendimentos de energia renovável – e tem participações estratégicas em três usinas hidrelétricas (Santo Antônio do Jari, Cachoeira Caldeirão e São Manoel) e cinco grupos de parques eólicos espalhados pelo Brasil.