O Itaú BBA avalia que a Gerdau seria beneficiada no caso de tarifas de 25% sobre o aço importado pelos Estados Unidos, caso elas realmente se concretizem. “Se realmente houver aumento das tarifas nesses valores, isso é notícia positiva para os produtores locais — incluindo a Gerdau U.S”, afirmam os analistas do Itaú BBA.
Na conta do banco, para cada aumento de 5% no preço médio de venda da Gerdau nos EUA (para todo o portfólio), o Ebitda consolidado da empresa aumenta em aproximadamente R$ 1,4 bilhão.
“Temos sido cautelosos com o momento do setor, e reconhecemos as tendências de resultados relativamente fracas da Gerdau no quarto trimestre de 2024 e no primeiro trimestre de 2025, mas acreditamos que este anúncio — se implementado — ajuda com o desconforto dos investidores com as dinâmicas da operação americana, ajudando resultados consolidados”. A Gerdau é a única empresa com recomendação equivalente a compra no setor de aço dentro da cobertura do Itaú.
Apesar disso, o Itaú BBA lembra que já há uma tarifa de 25% sobre as importações de aço para os EUA e uma tarifa de 10% sobre o alumínio, conforme a Seção 232, implementada durante o primeiro governo do presidente Donald Trump.
No entanto, existem muitas isenções, como sistemas de cotas para alguns países. Os analistas pontuam que, de acordo com a última apresentação da Nucor, apenas 18% dos volumes de aço importados para os EUA estão atualmente sujeitos à tarifa de importação completa de 25%.
Trump
O presidente Donald Trump anunciou tarifas amplas sobre aço e alumínio estrangeiros nesta segunda-feira, 10, renovando uma política de seu primeiro mandato que agradou aos fabricantes nacionais de metais, mas prejudicou outras indústrias norte-americanas e desencadeou guerras comerciais com aliados em diversas frentes.
O presidente assinou duas ordens executivas na noite desta segunda-feira, 10, impondo uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio de todos os países globalmente — o Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os EUA, é um dos atingidos.
Um funcionário da Casa Branca disse em uma ligação com repórteres que não haveria exclusões oferecidas, e que o presidente estava orientando os funcionários da alfândega a aumentar drasticamente sua supervisão sobre tais importações.