Em uma assembleia marcada pela presença inédita do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, os acionistas da estatal aprovaram a distribuição de metade dos dividendos extraordinários da petroleira.
Com o aval, a União, principal acionista da Petrobras, vai engordar os cofres em R$ 6,3 bilhões, além dos R$ 4 bilhões que já estavam previstos inicialmente. A proposta do governo deixou ainda a porta aberta para um novo pagamento de proventos ao longo de 2024.
Sentado na primeira fila da assembleia, Prates acompanhou o encontro por uma hora e recebeu elogios públicos tanto da mesa diretora quanto do maior acionista privado da petroleira, o empresário e dono do Banco Clássico, José João Abdalla, reeleito conselheiro.
O executivo sai mais fortalecido da assembleia, após o governo optar pela proposta original da sua diretoria, de pagar metade dos dividendos extras apurados em 2023.
“Neste ano, com a condução que ele deu à companhia, houve uma valorização enorme (da empresa). Além de parabenizar, eu quero mais é agradecer”, disse o empresário, conhecido por não se manifestar publicamente.
A retenção dos dividendos anunciada em março acirrou o conflito entre Prates e ministros do governo Lula, que trabalharam para não pagar os acionistas, alegando necessidade de caixa para respaldar investimentos.
A proposta de Prates, desde o início, era da distribuição da metade dos proventos, solução que não havia sido analisada pelo Conselho. Em uma longa reunião no último dia 19, os conselheiros representantes do governo aderiram à proposta da diretoria de Prates e decidiram propor à assembleia o pagamento de 50% do total apurado.
Eleição do conselho
Em cinco horas e meia de assembleia, os acionistas também renovaram o Conselho de Administração da companhia, que teve apenas duas alterações. Uma do lado a União e outra dos acionistas minoritários.
O veterano Jerônimo Antunes voltou ao Conselho da Petrobras após cinco anos, eleito pelos acionistas detentores de ações preferenciais. Ele vai ocupar a cadeira de Marcelo Mesquita, que deixa o cargo após oito anos.
A assembleia também elegeu o representante do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, no lugar de Sérgio Rezende, que não chegou a concorrer novamente pela vaga. Pietro Mendes foi reeleito presidente do Conselho de Administração, dias depois de ter retornado ao cargo que exerce desde o ano passado.
Mendes foi afastado no dia 11 de abril por acumular a função de secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia com o cargo no Conselho. Seis dias depois, o executivo foi reempossado.
Além dos novos nomes, foram reeleitos o presidente Jean Paul Prates, Pietro Mendes, Bruno Moretti, Renato Galupo, Vitor Saback e a representante dos empregados, Rosangela Buzanelli.