O Itaú BBA avalia que a decisão do conselho de administração da Petrobras de aprovar o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários – anunciada na sexta-feira, 19, e antecipada pelo Broadcast – sinaliza uma mudança significativa na estratégia da companhia e uma nova abordagem em relação à distribuição de lucros aos acionistas, caminhando de volta à proposta original do quarto trimestre de 2023, que estava alinhada com as expectativas iniciais do mercado.
Neste momento, “o conselho de administração não apenas concorda com a proposta de pagar 50% da reserva como dividendos extraordinários, mas também deve discutir em um futuro próximo o pagamento dos 50% restantes ao longo de 2024”, destaca a analista Monique Martins Greco Natal, em relatório enviado a clientes.
Contudo, o BBA aponta que a maior parte dos investidores provavelmente já esperava essa reviravolta na decisão do conselho de administração, com o preço das ações aparentemente já refletindo em grande parte a decisão de pagar 50% da reserva de capital em dividendos extraordinários.
Já a possibilidade de a Petrobras pagar os 50% restantes ao longo do ano não é um consenso até então, portanto os investidores aguardarão com interesse mais detalhes sobre os próximos passos da companhia nesse sentido.
Para o ano, o BBA estima que os dividendos ordinários da Petrobras devem atingir a casa dos R$ 47 bilhões (rendimento de dividendos de 9,0%), aos quais será adicionado um dividendo extraordinário de R$ 22 bilhões (rendimento de dividendos de 4,2%) relacionados a 50% das reservas de capital.
Se a Petrobras decidir anunciar 100% das reservas como dividendos extraordinários este ano, isso implicará um rendimento de dividendos de 17,4% em 2024 (base contábil de acréscimo).
De acordo com comunicado da Petrobras, a decisão do conselho de distribuir 50% do montante da reserva de capital em dividendos foi baseada na avaliação de que o pagamento dos dividendos extraordinários não comprometerá a sustentabilidade financeira da companhia.
O BBA reitera recomendação market perform (equivalente a neutra) para Petrobras. O preço-alvo de R$ 43 para a ação preferencial equivale a um potencial de valorização de 6,10% sobre o fechamento de sexta-feira, 19.