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Opinião

O Brasil e um novo superciclo de investimentos em infraestrutura

Diretor Presidente do Grupo CCR, Miguel Setas detalha ao Estadão RI os planos da empresa em um cenário com potencial de investimento de até R$ 180 bi no setor de infraestrutura

Diretor presidente do Grupo CCR, Miguel Setas está otimista com as oportunidades de negócio do setor de infraestrutura no Brasil (foto: divulgação/CCR)

O início de um novo ano é propício para um balanço do ciclo anterior. No setor de infraestrutura, 2023 trouxe-nos sinais positivos para os investimentos planejados. O saldo do final do ano, de acordo com a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), foi de um volume aproximado de investimentos em infraestrutura (transportes, energia elétrica, saneamento e telecomunicações) de R$ 213 bilhões, montante que corresponde a um crescimento de 20% em relação a 2022 e muito próximo do recorde histórico, atingido em 2014. O período também foi um dos melhores em financiamento para infraestrutura e transição energética, com o BNDES desembolsando mais de R$ 57 bilhões. Esta intensificação de investimento em infraestrutura ocorre a par de uma subida do Brasil no ranking mundial das maiores economias mundiais, voltando à nona posição, à frente do Canadá e da Rússia, após um crescimento previsto do PIB próximo dos 3%.

Este cenário de investimento e de crescimento econômico, aliado à tendência de queda na taxa de juros, à inflação sob controle, à aprovação de reformas estruturais, notadamente a reforma tributária, e avanços em áreas fundamentais como licenciamento ambiental e soluções para a financiabilidade dos projetos, como foi a aprovação do PL das debêntures de infraestrutura, nos trazem um olhar otimista para 2024 e para o futuro próximo: são sinais concretos de que o Brasil pode caminhar para um superciclo de investimentos em infraestrutura.

O investimento privado já representa a maior parte do investimento de infraestrutura no Brasil. No ano passado, correspondeu a 78% do total. O País ainda tem um déficit em infraestrutura quando comparado com outras economias mundiais. Historicamente, o investimento em infra representa cerca de 2% do PIB, proporção que poderia duplicar, segundo especialistas. Como exemplo, o País tem hoje 1,7 milhão de quilômetros de rodovias federais e estaduais, mas apenas 26 mil quilômetros, ou 1,5%, estão sob concessão privada e só 12,4% das estradas são pavimentadas. Segundo a ABCR, esta extensão sob concessão poderia duplicar nos próximos anos. Em mobilidade urbana, o país precisa investir R$ 295 bilhões até 2042 em suas 15 maiores regiões metropolitanas para alcançar uma infraestrutura metroviária semelhante à de algumas das principais cidades da América Latina, segundo estudo recente da CNI.

O Grupo CCR vislumbra hoje um volume de R$ 180 bilhões em oportunidades de investimentos no setor de infraestrutura (projetos federais e estaduais), mais precisamente em mobilidade urbana e rodovias, nos próximos três a cinco anos. São também conhecidas as oportunidades em outros setores da economia, como telecomunicações, energia elétrica e saneamento, expandindo a oferta de serviços essenciais ao País. A materialização destas oportunidades beneficia-se fortemente de um quadro macroeconômico estabilizado, de segurança jurídica na gestão contratual das concessões, de matrizes de risco-retorno adequadas nas novas licitações, bem como da consolidação das reformas em curso e da melhoria das condições de financiamento dos projetos.

No Grupo CCR, estamos confiantes na economia brasileira e executando o maior programa de investimentos da nossa história. Ao todo, temos R$ 33 bilhões sendo aplicados em obras em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. Só em concessões rodoviárias, nosso plano já está criando 46 mil empregos diretos e indiretos. São números superlativos que mostram a importância do setor de infraestrutura de mobilidade para a geração de emprego e renda, contribuindo para o Brasil atingir um patamar de excelência em sua infraestrutura, condizente com sua dimensão continental e a importância de sua economia.

 

*Diretor Presidente do Grupo CCR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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