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Oncologia deve ser principal motor para crescimento do setor de saúde, diz BTG

Segmento deve manter expansão nominal em torno de 10% ao ano nos próximos três anos, impulsionado por envelhecimento da população, inovações contínuas e maior acesso a tratamentos avançados, segundo o banco

Procedimentos oncológicos responderam por 15% do gasto total com saúde suplementar em 2024, segundo o BTG (Foto: Adobe Stock)

O BTG Pactual vê a oncologia como um dos principais catalisadores de crescimento da saúde no Brasil e sustenta, em relatório, que o segmento deve manter expansão nominal em torno de 10% ao ano nos próximos três anos, impulsionado por envelhecimento da população, inovações contínuas e maior acesso a tratamentos avançados. Para estimar o tamanho desse mercado privado, o banco assume que os procedimentos oncológicos respondem por 15% do gasto total com saúde suplementar em 2024 e, usando a variação anual das despesas do SUS como proxy de demanda, calcula que o setor avançou 10% entre 2021 e 2024; no primeiro semestre de 2025, o SUS aponta alta de cerca de 8% sobre igual período do ano anterior.

Nesse cenário, a Rede D’Or figura como principal beneficiária, sobretudo diante da fragilidade de concorrentes importantes, segundo o BTG. O banco destaca a trajetória da Oncoclínicas, cuja receita passou de R$ 1,9 bilhão em 2019 para R$ 6,8 bilhões em 2024 após mais de 50 aquisições, mas lembra que desafios de integração impediram conversão do crescimento em maior geração de caixa. Com alavancagem de 4,4 vezes dívida líquida/Ebitda e proposta de reestruturação rejeitada, a companhia anunciou intenção de aumento de capital privado de até R$ 2 bilhões. A combinação de balanço pressionado e incerteza de governança, segundo o BTG, amplia o risco de novos desafios operacionais e abre espaço para a Rede D’Or.

Os analistas Samuel Alves, Maria Resende e Marcel Zambello veem ainda pressão sobre o corpo clínico da Oncoclínicas. Estima que a empresa concentre 18% dos oncologistas do País e aponta relatos de médicos que, diante do estresse financeiro, buscam oportunidades em concorrentes, movimento que pode se intensificar. Se a Rede D’Or capturar metade dos ganhos de participação acumulados pela Oncoclínicas desde 2021 — fatias que passaram de 3% para 7% e de 6% para 15%, respectivamente — a receita oncológica da rede cresceria mais de 30% nos próximos três anos, o que significaria alta de um dígito baixo a um dígito médio no faturamento hospitalar consolidado.

Por fim, o BTG mantém a Rede D’Or como principal escolha no setor e com recomendação de compra, ancorada em sólidos catalisadores de crescimento no setor hospitalar, melhora de rentabilidade, sensibilidade a juros menores, oportunidades de fusões e aquisições, parceria estratégica com o Bradesco e, sobretudo, pela oportunidade relevante no mercado de oncologia. O preço-alvo é de R$ 48, o que representa um potencial de valorização de 17,84% ante o último fechamento.

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