Apesar da alta demanda por investimentos pós-privatização, a Sabesp não tem encontrado dificuldade para captar recursos no mercado, segundo o CEO da companhia, Carlos Piani. O executivo ressaltou que a empresa levantou cerca de R$ 13 bilhões na primeira metade do ano por meio de diferentes fontes.
“A natureza da Sabesp é ligada à questão ESG. Isso nos proporciona atração de capital estrangeiro, por exemplo, já que os investidores gostam dessa tese e da escala que a companhia proporciona”, explicou Piani.
O CEO da Sabesp reconheceu que os juros altos ainda são um obstáculo para destravar ainda mais os investimentos em infraestrutura. “Mas isso é circunstancial e vai passar”, ponderou. O executivo destacou ainda que, em geral, o setor é menos arriscado, o que eleva a atratividade.
Na mesma linha, o CEO da Motiva (ex-CCR), Miguel Setas, afirmou que o financiamento de projetos não tem sido um “obstáculo fundamental” para o segmento atualmente. “Temos uma complementaridade de instrumentos, com um mercado de capitais profundo e uma atuação muito assertiva do BNDES”, comentou.
Sobre os juros, Setas também espera uma desaceleração das taxas. “O cenário macroeconômico é um detrator, mas trabalhamos com a perspectiva de normalização das taxas de juros nos próximos semestres”, reforçou.
Setas e Piani participaram do Veja Fórum Infraestrutura promovido nesta segunda-feira, 18, em São Paulo. Além dos executivos, estiveram presentes também os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
