O volume de vendas consolidado da Ambev somou 39,5 milhões de hectolitros no segundo trimestre deste ano, uma queda de 4,5% frente igual período do ano anterior. O recuo foi puxado principalmente pelo desempenho mais fraco das operações no Brasil, onde o volume caiu 6,5%, afetado por condições climáticas desfavoráveis, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.
A Ambev registrou lucro líquido de R$ 2,79 bilhões no segundo trimestre, alta de 13,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro ajustado, por sua vez, cresceu 15,2%, somando R$ 2,83 bilhões.
Na divisão de Cerveja Brasil, o volume teve retração de 8,9% no trimestre, com destaque negativo para o mês de junho, que respondeu por mais de 60% da queda, segundo a companhia. Já a unidade de bebidas não alcoólicas (NAB Brasil) teve leve alta de 0,2% no volume, sustentada pelo bom desempenho de marcas sem açúcar.
Entre as operações internacionais, a América Latina Sul (LAS) apresentou crescimento de 2,9% nos volumes, liderado por uma demanda ainda forte na Bolívia e pela retomada da cerveja na Argentina. O Canadá também registrou leve alta de 0,8%, superando a performance da indústria local. Por outro lado, a região da América Central e Caribe (CAC) viu o volume encolher 4,4% no trimestre.
Apesar da queda consolidada, a Ambev destacou que continua investindo na estratégia de gestão de receita e no fortalecimento das marcas, com avanço nos segmentos premium e de cervejas sem álcool, que ajudaram a mitigar parcialmente o impacto do recuo de volume em mercados-chave.
O que levou ao lucro
O resultado foi impulsionado, segundo a companhia, por um crescimento sólido do Ebitda ajustado e por menor despesa com imposto de renda, que compensaram parcialmente o aumento das despesas financeiras.
O Ebitda ajustado cresceu 7,6% em termos orgânicos, alcançando R$ 6,15 bilhões no trimestre. A margem Ebitda ajustada subiu 1,1 ponto porcentual, para 30,6%.
Já a receita líquida somou R$ 20 bilhões entre abril e junho, praticamente estável em termos nominais, com alta de 0,2%. O desempenho foi impulsionado pelo aumento de 8,4% na receita por hectolitro (ROL/hl), ainda que o volume total de vendas tenha recuado 4,5% no trimestre, com destaque negativo para o mercado brasileiro, onde a queda foi de 6,5%.
Para o, presidente da Ambev, Carlos Lisboa, a força das marcas da companhia e a execução consistente da estratégia foram determinantes para a expansão da rentabilidade mesmo diante de um cenário de volume mais fraco.
Por outro lado, o fluxo de caixa das atividades operacionais caiu 9,2% em comparação aos R$ 3,3 bilhões do segundo trimestre do ano passado, principalmente devido à redução no contas a pagar, dada a queda de volumes no trimestre.