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Eventos climáticos tiveram pouco impacto na Porto Seguro

Rivaldo Leite, CEO da Porto Seguro, destaca que divisão cresceu mesmo com enchentes no Rio Grande do Sul

Porto Seguro quer aumentar portfólio para crescer em segmentos além do automóvel (foto: Adobe Stock)

Eventos climáticos de grandes proporções — como as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no final de abril e as tempestades que isolaram a cidade de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, em 2023 — não têm impactado significativamente os resultados da Porto Seguro, ao menos por enquanto. A avaliação é do CEO da Porto Seguro, divisão de seguros do grupo Porto, Rivaldo Leite, que destacou que, atualmente, o maior desafio da seguradora é precificar as perdas.

“Nós tivemos ganhos operacionais mesmo com o fator do Rio Grande do Sul. Na verdade, a gente já precifica isso todo ano. A gente não sabe exatamente se vai ser em janeiro, se vai ser em fevereiro ou em outro mês”, afirmou o executivo

“O tempo todo, nós temos parcerias com institutos climáticos e a gente consegue até ter uma certa previsibilidade. Por exemplo, sabíamos que ia chover mais que o previsto no Rio Grande do Sul, mas não sabíamos que ia ser naquela intensidade. Na verdade, você nunca está preparado para os eventos da natureza, você não sabe exatamente o tamanho das coisas”, explicou Leite.

O CEO da Porto Seguro, no entanto, avaliou que a companhia está preparada para apenas um grande evento climático por ano. “Por enquanto está sendo um episódio só, se for dois ou três, aí a coisa complica, porque fica difícil precificar dois ou três eventos em um ano. Se colocar isso na conta, o preço vai lá na lua e você não vende o seguro”, acrescentou. “Mas até pelos anos que a gente tem de história e de know-how, eu acredito que que a Porto é uma empresa mais preparada para esses eventos.”

No momento, a estratégia de atuação da Porto Seguro é estimar as perdas “e trabalhar na média”. “Infelizmente, vamos ver mais eventos climáticos. A gente tem que ficar atento o tempo todo e, também, colocar a nossa vocação sempre em prática”, disse Leite, destacando que além dos prêmios pagos aos segurados, a companhia enviou equipes adicionais para ajudar o governo do Rio Grande do Sul nos resgates e outros trabalhos após as enchentes.

2º trimestre

As receitas da Porto Seguro no segundo trimestre deste ano foram de R$ 5,185 bilhões, crescimento de 3,6% em comparação com o segundo trimestre de 2023, justificadas, principalmente, pelo crescimento da base de clientes. A divisão teve lucro líquido de R$ 373,3 milhões no período.

“Encerramos o trimestre com 16,3 milhões de itens/vidas vigentes na Vertical Porto Seguro (+7,7% vs. 2T23), com destaque para o incremento de 868 mil clientes no seguro de vida (+16,1% vs. 2T23) e de 248 mil na frota segurada (+4,3% vs. 2T23)”, afirmou a empresa no balanço do segundo trimestre.

“Nós estamos conseguindo no semestre um crescimento no automóvel acima do mercado. O mercado está ali entre 1% mais ou menos de crescimento, em algumas praças até decresce, e a gente com um acumulado aí de 6%, mais ou menos, dados da Susep até maio”, disse Leite.

“Nosso empresarial está indo muito bem, também é líder de mercado. Outro produto que tem se destacado aqui é o que chamamos de proteção combinada, que é o seguro de automóvel junto com o residencial na mesma apólice. Essa é uma novidade, porque a Susep não permitia esse tipo de apólice até um ano atrás, e a gente está com uma receita muito boa oriunda desse novo produto”, comentou Leite.

“O nosso portfólio está bem extenso e cada vez mais a nossa ideia é aumentar o portfólio e aumentar mais vendas através de outros produtos que não sejam somente o automóvel”, conclui o executivo.

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