O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, disse nesta quarta-feira, 5, que a taxação de 20% para produtos importados por meio do programa Remessa Conforme, geralmente de marketplaces chineses, é “o primeiro passo para a isonomia tributária” entre empresas brasileiras e estrangeiras.
Gonçalves ressaltou que a nova alíquota é de um terço da cobrada originalmente, de 60%, e que as empresas brasileiras de varejo continuam em desvantagem em relação à concorrência internacional. “É o que é possível fazer no momento”, afirmou.
O executivo, no entanto, destacou que os congressistas estão sensibilizados com o impacto nas empresas brasileiras. “Só o setor têxtil já perdeu 30 mil empregos. Todos entenderam que isso está fazendo muito mal ao País”, acrescentou.
Segundo o presidente do IDV, o setor não quer proteção, mas defende a isonomia tributária e está aberto a novas discussões. “Qual o valor ideal? Cabe uma discussão. A gente está aberto a que exista as mesmas condições de concorrência”, disse Gonçalves.
Atraso
Assim como muitos, Gonçalves se disse surpreso com a decisão, na terça-feira, 4, do senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), relator do projeto de lei que cria o programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), de retirar a tributação das compras internacionais de até US$ 50 do texto que deveria ser votado ontem no Senado. “Passei o dia (terça-feira) no Senado e nunca vi um tema com tanto alinhamento, tanto de senadores de direita quanto de esquerda.”
Para o executivo, a expectativa é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione a matéria rapidamente. “Não vai atrapalhar em termos de imagem (do presidente Lula). A pior imagem para o País é não ter emprego e não ter indústria a médio prazo”, avaliou.