Com ajuda do aumento das fusões e aquisições e do mercado aquecido de renda fixa local, o banco de investimento BR Partners conseguiu recorde de receita e lucro no primeiro trimestre de 2024, período em que ganhou dez novos sócios. O lucro líquido ficou em R$ 49,5 milhões, aumento de 49,3% em relação aos três primeiros meses de 2023. Já as receitas somaram R$ 137,6 milhões, expansão de 35,5%.
O banco de investimento, criado por Ricardo Lacerda, fechou o trimestre com margem líquida de 36% e retorno patrimonial (ROE, em inglês) de 24%, número sete pontos maior do que há 12 meses, de acordo com os resultados divulgados na noite desta quinta-feira.
Lacerda conta que os recordes foram ajudados pela melhora do mercado de renda fixa local, com várias empresas buscando recursos para resolver problemas internos, como pagamento de dívidas, e o aquecimento do mercado de fusões e aquisições (M&A, em inglês).
Já o esfriamento do mercado de ações teve efeitos mistos. Por um lado, ajudou a aquecer o mercado de dívida, com empresas que queriam captar na bolsa tendo que ir para a renda fixa. Já nos M&A, acabou limitando o crescimento, pois a emissão de ações é fonte de recursos para financiar estes negócios. Ou seja, o nível de atividade em M&A acabou sendo “bom” mas não “ótimo”.
“O cenário de enorme entusiasmo que havia na virada do ano, em parte se reverteu”, comenta Lacerda, falando das últimas semanas. “Muito em função do cenário de juros nos Estados Unidos, mas também por um desânimo com a questão fiscal do Brasil e agora dúvidas com a questão monetária”, disse ele, se referindo ao Banco Central dividido no corte de juros.
Se no começo do ano se voava em velocidade de cruzeiro, porque se imaginava mais cortes de juros pelo Fed, agora a altura diminuiu, comenta o diretor de Relações com Investidores do BR Partners, Vinicius Carmona.
Na operação de banco de investimento – que inclui mercado de capitais e responde por 56% dos negócios do BR Partners – as receitas saltaram 68,6% em 12 meses, para R$ 77,7 milhões. O BR Partners participou de 20 transações anunciadas nos últimos meses, incluindo para grupos como Casino, Pão de Açúcar (GPA) e Cemig.
Na unidade de negócios Treasury Sales & Structuring, que incluem operações de tesouraria, a receita cresceu 47,6% na comparação anual. Na gestão de ativos, a expansão foi de 54,2%. Os ativos sob gestão somam R$ 3,1 bilhões ao todo.