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Varejo

EY aprovou balanço da Marisa Lojas com ressalvas

Varejista não reconhece perdas prováveis na Justiça

Resultado financeiro líquido do 4ºtri2023 foi de R$ 6,2 milhões (foto: Adobe Stock)

O balanço do quarto trimestre de 2023 da Marisa Lojas foi aprovado com ressalvas pela auditoria da EY. As ressalvas dizem respeito a processos que Marisa não classifica como perdas prováveis e, portanto, não provisiona recursos para pagá-los. a divergência é antiga, desde o início de 2023.

No entanto, para além dessa ressalva, uma das notas da EY aponta que o braço de crédito da varejista, a M Pagamentos, apresentava desenquadramento dos limites operacionais mínimos requeridos pelo Banco Central ao fim do ano passado e formalizou um pedido de cancelamento de autorização de funcionamento como instituição financeira junto à esta autarquia.

Não houve, até o momento, resposta do BC a esse pedido, nem orientações quanto aos próximos passos. Em relação a esse ponto, apesar de não classificá-lo como uma ressalva no balanço, a EY afirma que: “esses eventos ou condições, indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da companhia e suas controladas”.

Em abril do ano passado, a companhia informou que a família fundadora injetou R$ 90 milhões para capitalização do M Pagamentos, justamente para garantir que a instituição ficasse dentro dos parâmetros do BC. Ainda em 2023, a companhia mandou mais R$ 30 milhões para esse braço financeiro, com o mesmo propósito.

É citado também como incerteza o prejuízo de R$ 520 milhões durante o exercício finalizado em 31 de dezembro de 2023. Conforme balanço patrimonial nessa data, o passivo circulante da companhia excedeu o total do ativo circulante em R$ 664,790 milhões. Essa ponderação, porém, já vinha sendo citada pela auditoria em outros trimestres de prejuízo.

Ressalva

A ressalva da EY, já citada desde o início de 2023, diz respeito a processos judiciais e administrativos ligados à omissão de receita tributável nos exercícios de 2011, 2012 e 2015 para a cobrança de imposto de renda e contribuição social. Na visão da auditoria, visto que em 2022 a empresa obteve decisões desfavoráveis no processo, a companhia deveria classificar essa situação como perda provável.

Consequentemente, nas demonstrações financeiras da controladora, o saldo de investimentos, o total do ativo não circulante e o patrimônio líquido estariam superavaliados em cerca de R$ 154 milhões em 31 de dezembro de 2023 (R$ 136 milhões em 31 de dezembro de 2022), e o prejuízo do exercício subavaliado em cerca de R$ 17 milhões (R$ 136 milhões em 2022).

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