Em mais um capítulo da briga societária que se arrasta há mais de um ano dentro da incorporadora, a Gafisa informou na noite do sábado, 16, que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu que é irregular a convocação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) pelo fundo Esh Theta para esta segunda-feira, 18. A decisão da CVM foi tomada na sexta, 15.
No dia 15 de fevereiro, o Esh Theta publicou o edital de convocação da AGE para o dia 18 de março. A assembleia teria como pauta a troca da administração da Gafisa.
Contudo, a área técnica e o colegiado de diretores da CVM entenderam que a Gafisa já havia atendido ao pleito do Esh Theta ao chamar uma assembleia para 26 de abril.
Assim, considerou a convocação do dia 18 de março irregular. O caso chegou à reguladora do mercado a pedido dos fundos Estocolmo e Ravello.
“O Colegiado, por unanimidade, acompanhando a manifestação da área técnica, deliberou pelo indeferimento do pedido de interrupção do curso do prazo de convocação da AGE da Gafisa, prevista para realizar-se em 18.03.2024, reconhecendo desde logo a irregularidade na sua convocação”, diz a decisão da CVM.
Capital social
Na semana passada, o conselho de administração da Gafisa (GFSA3) aprovou o aumento de capital social da empresa, que contempla a emissão para subscrição privada, entre 20 milhões e 70 milhões de ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal, pela companhia, ao preço de R$ 7,86 por ação, totalizando um valor de emissão de, no mínimo, R$ 157,2 milhões e, no máximo, de R$ 550,2 milhões.
O preço de emissão, de R$ 7,86 por ação, foi fixado sem diluição injustificada para os atuais acionistas da companhia, levando-se em consideração o preço médio ponderado por volume (VWAP) das ações no pregão da B3 nos últimos 30 pregões anteriores a esta data (correspondente a R$ 8,73 por ação) e um desconto de 10%, explicou a Gafisa, em comunicado ao mercado.