Com quase 3.000 unidades, a RaiaDrogasil deve aumentar sua rede física em até 20% sua nos próximos dois anos. De acordo com os planos da empresa divulgados nesta terça-feira à noite, 7, no balanço do quarto trimestre de 2023, a expectativa é de inaugurar entre 280 e 300 lojas em 2024 e 2025.
Essa, no entanto, é a parte mais visível da estratégia da companhia, que prevê ampliar o papel das farmácias e transformá-las em plataformas de saúde nos próximos anos, que poderão substituir até o papel dos prontos-socorros.
Nesses “health hubs”, como também são chamados pela RaiaDrogasil, a ideia é promover serviços que vão além da simples venda de remédios, como orientações sobre primeiros cuidados e realização de testes como os de dengue e covid-19, que tiveram bastante procura neste início do ano.
“A estratégia não é só na abertura de loja, não é só na gestão, mas saúde e segurança. A gente quer construir realmente uma plataforma de saúde. Temos 1.900 farmácias com serviços (além da venda de medicamentos e perfurmaria). Quando o cliente visita as farmácias, ele vê as telas sempre falando de saúde e em como a RaiaDrogasil pode estar junto do cliente”, afirmou Marcílio Pousada, CEO da companhia, durante teleconferência para apresentação dos resultados trimestrais.
Pousada destacou o papel desses serviços como geradores de receita para a empresa. “Agora o Brasil inteiro está falando de dengue. Nós temos 70% de participação na realização dos testes de dengue na farmácia. No caso da vacina de herpes zoster, que é uma vacina superimportante, temos 40% de share no Brasil. Foram mais 3,5 milhões de serviços que a gente fez no ano passado com 160 mil serviços de vacinações”, comentou o executivo.
Com isso, as farmácias podem evitar que as pessoas tenham que procurar um hospital em situações mais simples, avaliou o CEO da RaiaDrogasil. “A gente quer que o cliente, antes de pensar em ir ao pronto-socorro, que ele possa ir numa farmácia e seja atendido em alguma coisa primária para ele evitar de ter que ir até ao hospital”, acrescentou Pousada.
“A gente teve outro dia com o chairman um grande grande hospital aqui de São Paulo, que falou para a gente que 80% dos casos atendidos hoje nos prontos-socorros podem ser resolvidos pela farmácia. E é aqui que nós estamos colocando a nossa empresa”, disse.
Segundo o CEO, além de aumentar o faturamento, a prestação de mais serviços ajuda a “criar um vínculo importante com o consumidor e gera clientes mais engjados”.
Integração
Para oferecer mais serviços aos clientes, a RaiaDrogasil aposta na integração entre as várias startups nas quais a companhia investiu por meio da RD Ventures. Entre elas estão empresas de promoção da saúde (Vitat e Healthbit), de acesso e adesão ao tratamento medicamentoso (Manipulaê, Cuco e Safepill) e consultas e exames (Amplimed e Labi).
“Em 2024, avançaremos na integração dos nossos ativos em saúde, incluindo nossos hubs de saúde e a nossa Univers (programa de benefícios na aquisição de medicamentos) para criar um ecossistema integrado de saúde, focado tanto em consumidores como em empresas e operadoras de saúde, para oferecer soluções completas e integradas para a promoção da saúde e redução dos custos do sistema”, afirmou a empresa em seu release de resultados.
“Vamos fazer tudo isso interligado, para o cliente poder entender as vantagens que ele pode ter com a gente. E, também, poder tratar da saúde dele com mais clareza”, explicou Pousada, durante a teleconferência. Com isso, o CEO acredita que a RaiaDrogasil vai alcançar uma meta nada modesta. “A gente tem uma ambição muito clara de ser o grupo que mais contribui para a sociedade saudável no Brasil”, disse.