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Papel e Celulose

Veracel Celulose antecipa meta de produção e busca custo mínimo

Empresa atingiu o marco de 20 milhões de toneladas de celulose produzidas, indicador que estava previsto para ser alcançado apenas em 2025

Cultivo de eucalipto no sul da Bahia, região onde estão localizadas as florestas da Veracel Celulose (foto: Luciano Andrade/Estadão Conteúdo)

A Veracel Celulose, produtora de celulose de fibra curta do Sul da Bahia, estabeleceu como principal objetivo de 2024 avançar na competitividade de sua planta por meio da redução de custos e eficiência operacional, informou ao Broadcast o diretor-presidente da companhia, Caio Eduardo Zanardo. A meta foi estabelecida após a empresa conseguir alcançar o marco de 20 milhões de toneladas de celulose produzidas, indicador que estava previsto para ser alcançado apenas em 2025.

Localizada em Eunápolis (BA), a Veracel Celulose é uma joint-venture controlada pelas gigantes Suzano e Stora Enso, cada uma com 50% de participação. A empresa tem capacidade para produzir 1,1 milhão de toneladas de celulose por ano e atingiu R$ 1,8 bilhão de receita líquida em 2022, conforme o último balanço disponível.

A produtora de celulose também investe cerca de R$ 100 milhões anualmente na atualização dos ativos de sua fábrica, com foco em deixar as operações mais competitivas. A estratégia favoreceu a antecipação de resultados no ano passado, segundo o diretor-presidente da empresa.

“O nosso foco está muito em atingir um custo mínimo. Queremos investir para garantir que a nossa unidade seja bastante competitiva e esperamos um 2024 bastante positivo em custos, com muitas atividades dedicadas a melhorar a produtividade da fábrica e aumentar a disponibilidade e aproveitamento dos ativos florestais. Queremos fazer mais com menos”, afirmou Zanardo, acrescentando que não poderia dar mais detalhes sobre projeções de redução de custos em razão da política de “compliance” da empresa.

Um dos investimentos realizados pela Veracel Celulose quem devem garantir uma relevante redução nos custos foi a construção da estrada BA-658, com extensão de 25 km e responsável por ligar as rodovias BA-275 e BA-982, incluindo uma nova ponte de 360 metros sobre o Rio Jequitinhonha. Desenvolvida em parceria com o governo da Bahia, a inauguração da obra está prevista para o primeiro semestre de 2024 e deve reduzir em 56 km a distância entre a base florestal e a fábrica da empresa, favorecendo a produtora de celulose ao diminuir seu raio médio. Atualmente, segundo Zanardo, o indicador já é inferior a 100 km, número menor na comparação com a controladora Suzano (201 km estimados para 2023).

A companhia aportou uma série de recursos também em tecnologia, manutenção e renovação de equipamentos, aquisição de drones, automação, melhoria genética das sementes de eucalipto, uso de inteligência artificial, produção de energia a partir de fontes renováveis, entre outras áreas.

Oportunidades

Questionado se a Veracel Celulose teria planos para expandir suas operações por meio de fusões e aquisições, Zanardo informou que a possibilidade não está no radar no momento. Quanto à compra de ativos florestais, o porta-voz da empresa disse que, apesar de não existir necessidade, a produtora está sempre observando boas oportunidades.

Hoje, aproximadamente 80% da disponibilidade de madeira da Veracel é de florestas próprias, em um parque que representa aproximadamente 100 mil hectares de área produtiva. Já os outros 20% de eucalipto são adquiridos de terceiros. Zanardo ressalta, contudo, que a empresa é autossuficiente em matéria-prima, mas adotou uma postura defensiva desde 2021, em função de uma seca que atingiu a região na época.

“Para 2024 já estamos com 100% da madeira de terceiros comprada, o que representa um valor pouco relevante para a nossa produção. Nós já imaginávamos que haveria uma flutuação no preço da madeira, por isso naquela época fechamos contratos de longo prazo para ter uma boa garantia”, afirmou o executivo.

Sobre as “boas oportunidades” de florestas, Zanardo afirmou que a construção da ponte no Rio Jequitinhonha favoreceu a proximidade da empresa com ativos florestais competitivos, além de melhorar as condições de disputa por essas alternativas. “Se surgir uma boa oportunidade, ou seja, madeira com preço acessível e que valha à pena considerar a relação custo e benefício, podemos realizar algum movimento, mas é importante destacar que não temos essa dependência hoje.”

 

 

 

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