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Açotubo diz que é possível absorver tarifa do aço importado

Presidente da distribuidora de tubos de aço afirmou que o setor conseguiria se ajustar a um cenário de aumento na taxação das importações

Presidente da Açotubo prevê que setor conseguiria se ajustar ao imposto de importação do insumo (foto: Adobe Stock)

O presidente do Grupo Açotubo, maior distribuidora de tubos de aço para a indústria no Brasil, afirmou que o setor de distribuição conseguiria se ajustar em um cenário de aumento na taxação das importações de aço de aproximadamente 12% para 25%. Segundo o executivo, as margens do segmento poderiam sofrer pressão em alguns produtos, mas as maiores afetadas seriam as companhias que atuam como importadoras.

O mercado de distribuição de aço é composto por cerca de 2,6 mil empresas, elas trabalham com a revenda e o beneficiamento do metal fornecido pelas siderúrgicas. Dentro do segmento, há companhias com maior exposição às usinas instaladas no Brasil, enquanto outras atuam como importadoras de aço.

Com relação ao Grupo Açotubo, a empresa tem 85% de exposição ao mercado nacional e importa 15% dos seus materiais, afirmou o presidente da companhia, Bruno Bassi. De acordo com o executivo, as compras estrangeiras ocorrem em função da especificidade de alguns produtos siderúrgicos, que não são comercializados em grande escala no País.

Questionado sobre como ele avalia o impacto no setor de distribuição para uma possível sobretaxa para o imposto de importação em 25%, Bassi considera que haveria resiliência.

“A distribuição conseguiria se acomodar e absorver um possível aumento de custos caso ocorra a sobretaxa das importações de aço para 25%. Já uma outra parte do setor poderia repassar a diferença ao mercado. No geral, os importadores trabalham com margens maiores que os distribuidores expostos ao mercado nacional. Seria algo possível de ser trabalhado”, afirmou Bassi.

O executivo é favorável ao Brasil implementar uma medida de defesa comercial para proteger a produção local de aço. “O aumento da alíquota é importante para alguns produtos, mas se trata de uma questão de curto prazo. Para o longo prazo, a reforma tributária deve trazer competitividade para a cadeia siderúrgica”, afirmou Bassi, mencionando perceber preços dos produtos asiáticos negociados a valores fortemente mais baixos ante os nacionais. Contudo, ele dá preferência para as empresas domésticas. “Não ser oportunista gera vantagens no longo prazo”.

Investimentos

Com uma receita bruta de R$ 2 bilhões apurada no último ano, o Grupo Açotubo vê espaço para investir R$ 35 milhões em 2024. O recurso será direcionado para a melhoria operacional da empresa, por meio de renovação de máquinas, equipamentos e caminhões, bem como o fortalecimento da digitalização da companhia. Até o final de dezembro, a distribuidora espera crescer 7%.

Os investimentos e projeções de crescimento do Grupo Açotubo acontecem em um contexto de maior estagnação no segmento de distribuição de aço. Conforme mostrou o Broadcast a partir de um estudo da consultoria TCP Partners, o Brasil corre o risco de perder 291 empresas distribuidoras nos próximos 10 anos. A consultoria apontou o setor como o elo mais frágil na cadeia do aço, que enfrenta um momento desafiador no País. Além disso, as independentes enfrentam forte concorrência com a participação das usinas no mesmo mercado. Gerdau Distribuidora, Soluções Usiminas, Prada Distribuidora (que pertence à Companhia Siderúrgica Nacional), são alguns dos exemplos de companhias ligadas às siderúrgicas e que atuam na ponta da cadeia e concorrem pelos mesmos clientes.

Segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, Carlos Jorge Loureiro, o mercado de distribuição de aço atua na entrega do metal para 40% dos consumidores de aço no País, geralmente empresas de menor porte. Já os outros 60% de clientes – composto por companhias de porte maior – são atendidos diretamente pelas siderúrgicas.

Questionado sobre uma maior fragilidade para as distribuidoras independentes, Bassi confirmou que há uma maior pressão de concorrência partindo das usinas, mas ainda vê espaço para as independentes.

“As usinas são muito boas em produzir aço, desenvolver aço. Já na distribuição é preciso de expertises diferentes. Sei que algumas usinas estão na ponta, mas o cliente percebe um valor diferente nas distribuidoras independentes por conta do portfólio de produtos e gestão de estoque diferenciados com o qual nós atuamos, além de um relacionamento mais próximo com os clientes”, afirmou o executivo.

 

 

 

 

 

 

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