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Energia Elétrica

Copel anuncia plano de investimento de R$ 17,8 bi para os próximos 5 anos

De acordo com o documento, para 2026, o plano de investimento prevê um Capex de, aproximadamente, R$ 3,021 bilhões, dos quais R$ 1,942 bilhão para a Copel Distribuição

Copel está perto de concretizar inédito projeto de usina reversível de reforço a partir de uma bacia hídrica (Foto: Adobe Stock)

RIO E SÃO PAULO  – A Companhia Paranaense de Energia (Copel) anunciou, na quarta-feira, 19, que aprovou o seu programa de investimento (Capex) no valor de R$ 17,8 bilhões para o período de 2026 a 2030. Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os recursos serão alocados na estratégica voltada ao fortalecimento da qualidade do serviço e ampliação da eficiência operacional, reforçando o compromisso da companhia com a geração de valor sustentável para seus acionistas e clientes.

De acordo com o documento, para 2026, o plano de investimento prevê um Capex de, aproximadamente, R$ 3,021 bilhões, sendo que a Copel Distribuição receberá R$ 1,942 bilhão, direcionado à melhoria contínua da qualidade e excelência operacional.

Já a Copel Geração e Transmissão investirá R$ 971 milhões, com foco na modernização e aumento da capacidade operativa de geração, e reforços e melhorias das linhas de transmissão. “O valor remanescente será destinado às áreas de comercialização, Serviços e Holding, assegurando suporte às iniciativas estratégicas do grupo”, diz a Copel.

Pagamento de dividendos

O presidente da Copel, Daniel Slaviero, disse que a ambição da empresa é ser a que mais gera valor no setor elétrico brasileiro para os seus acionistas. Durante o Copel Day, realizado no Rio de Janeiro, o executivo se comprometeu com “relevantes pagamentos de dividendos, com boas alocações de capital”.

“Sempre cumprimos o que prometemos e vamos cumprir essa nova fase de expansão”, disse Slaviero a uma plateia lotada de analistas em um hotel na zona sul do Rio de Janeiro. “Para nós, gerar valor é gerar valor para acionistas. Queremos ser avaliados e queremos ser comparados”, acrescentou.

Projeção para daqui a cinco anos

O vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Copel, Felipe Gutterres, reforçou que o foco da companhia nos próximos cinco anos será o alto retorno para o acionistas, o que será possível com uma robusta geração de caixa livre, decorrente dos planos de expansão anunciados hoje pela companhia.

Segundo Gutterres, no plano para 2030 a empresa aumentou a taxa de retorno mínimo para os acionistas e implementou o “estado da arte” para os novos investimentos, que agora passam a contar com uma abordagem baseada em dados, o que vai reforçar o processo analítico e padronizar a metodologia em todas as unidades de negócios da Copel.

“Nossa ambição não é média, é de resultados extraordinários. Nos próximos cinco anos estaremos onde estão as empresas de alto retorno, e alta geração de caixa livre”, disse o executivo, projetando que a Copel vai ficar entre as 20 empresas mais líquidas da B3 e do setor elétrico.

Leilão de armazenagem de 2026

A Copel prepara uma ofensiva nos próximos leilões de energia para emplacar usinas hidrelétricas reversíveis, modelo que, segundo o vice-presidente de Estratégia, Novos Negócios e Transformação Digital, Diogo Mac Cord, “funciona como a melhor bateria, a bateria água”, disse.

Ele afirmou que a companhia já tem dois formatos no papel. Um seria instalar uma segunda casa de força em reservatórios existentes, aproveitando equipes de operação e linhas de transmissão, ou erguer usinas-bateria em pontos estratégicos da malha de transmissão, “solução que adiaria investimentos em novas linhas”, ressaltou, informando que um primeiro projeto de reforço, de 70 megawatts (MW) está previsto para o litoral do Paraná.Para viabilizar esses empreendimentos, a empresa pretende participar da consulta pública sobre o leilão de baterias, ainda sem data marcada, mas que poderia, na avaliação de Mac Cord, inserir também a armazenagem com reservatórios de hidrelétricas.

“O leilão de armazenamento de 2026 deveria ser agnóstico em tecnologia, permitindo a competição entre baterias de íons de lítio e hidrelétricas reversíveis”, disse o executivo, admitindo que será difícil conseguir emplacar essa mudança no primeiro leilão de bateria, mas que a Copel irá insistir no modelo.A agenda de expansão da Copel inclui ainda a disputa pelos 16 gigawatts (GW) de concessões hidrelétricas que vencem nos próximos dez anos, informou Mac Cord. A companhia defende nova licitação, e não prorrogação direta das concessões.

“Temos total interesse, sobretudo nas usinas acima de 300 megawatts, que somam 12 GW”, afirmou.Já no leilão Reserva de Capacidade (LRCAP) de 18 de março de 2026, a estatal paranaense levará dois projetos: Foz do Areia, de 860 MW, e Segredo, de 1,2 GW, para aumento de capacidade. “Salto Caxias ficará para uma etapa posterior”, informou Mac Cord.

No segmento de baterias convencionais, o foco permanece na distribuidora, por meio de dezenas de microgrids, ou seja, bancos de baterias que atendem agricultores e ilhas no Paraná. Outro negócio na mira da Copel são os data centers, que poderão se tornar novos grandes clientes.”Mas isso exige garantias firmes de consumo, para evitar “corrida do ouro” por pontos de conexão”, explicou o executivo.Ainda segundo Mac Cord, a empresa tem caixa para investir sem comprometer dividendos, mas só entrará em ativos “que gerem valor”.

Espera por autorização para a 1ª usina reversível do Brasil

O diretor-geral da Copel Geração e Transmissão, Moacir Bertol, informou que espera autorização do governo para instalar um inédito projeto de usina reversível de reforço a partir de uma bacia hídrica do estado, com capacidade instalada de 70 megawatts (MW) e com objetivo de atender o aumento da demanda no litoral do estado.

O valor do investimento é estimado entre R$ 400 milhões e R$ 450 milhões e consiste na instalação de bombas numa bacia hidrográfica que vão operar de 4 a 6 horas e depois bombeiam água no resto do tempo do reservatório inferior para o superior, explicou.

“É uma usina clássica reversível, de circuito fechado, e para ser usada quando a demanda de carga no litoral aumenta. Será a primeira usina hidrelétrica reversível do Brasil como reforço do sistema”, disse Bertol.

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