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Educação

Cruzeiro do Sul realizará emissão de debêntures no valor de R$ 550 milhões

Serão emitidas 550 mil debêntures, com prazo de cinco anos para a primeira série e de sete anos para a segunda série

Somente na graduação o grupo tem 160 mil estudantes, sendo que 55% são de cursos da área da Saúde (Foto: Cruzeiro do Sul Educacional/Divulgação)

O conselho de administração da Cruzeiro do Sul Educacional aprovou a emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária com garantia fidejussória adicional, em duas séries, no valor de R$ 550 milhões

Serão emitidas 550 mil debêntures, com prazo de cinco anos para a primeira série e de sete anos para a segunda série. A remuneração seguirá a variação de 100% da taxa CDI, acrescida de 0,90% ao ano para as debêntures da Primeira Série e de 1,10% ao ano para as debêntures da Segunda Série.

Os recursos obtidos com a emissão serão destinados ao pré-pagamento total das debêntures emitidas anteriormente sob os termos dos Instrumentos Particulares de Escritura, além de outras finalidades conforme estipulado nos documentos da emissão.

EaD continuará uma das principais frentes de crescimento em 2026

O Ensino a Distância (EaD) continuará sendo uma das principais frentes de crescimento da Cruzeiro do Sul Educacional em 2026, mesmo com as mudanças trazidas pelo novo marco regulatório desse segmento, disse ao Estadão/Broadcast o diretor-presidente da companhia, Renato Padovese.

Para ele, as regras mais duras para o EaD são uma oportunidade para as instituições de ensino que têm recursos e laboratório se diferenciarem, uma vez que há a exigência de maior carga presencial, mediador pedagógico e investimentos.

“Eu acho que vai ser o principal para o próximo ano, justamente porque é um momento de mudança de regulação, e quem se adaptar melhor mais rapidamente vai avançar”, disse.

Ainda na avaliação do executivo, a Cruzeiro do Sul tem como vantagem competitiva sua infraestrutura própria e baixa alavancagem, que permite fazer investimentos, para crescer nesse segmento. No terceiro trimestre deste ano, a companhia tinha alavancagem de 0,7 vez a relação entre dívida líquida e o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês).

Além disso, a posição de caixa era de R$ 839,6 milhões. “Ter dinheiro em caixa nos dá a oportunidade de pensar de maneira mais estratégica de longo prazo”, disse.

A empresa também tem procurado crescer em cursos de medicina, que possuem um tíquete mais elevado, e no qual há uma exigência maior por infraestrutura e a força da marca. Essa abordagem permite à empresa trabalhar com mensalidades mais altas e evitar a competição baseada somente em descontos. Nessa frente, a empresa espera pela abertura de novas vagas, seja por meio de liminares, ou pelo Programa Mais Médicos 3.

Já no segmento presencial, o grupo deve manter uma estratégia de atuação com múltiplas marcas, aproveitando a força regional de suas instituições de ensino. “A gente sabe operar no presencial também, nessa estratégia de marcas. É uma fortaleza nossa”, frisa Padovese.

Aquisições

Enquanto busca crescimento em seus ativos existentes, a Cruzeiro do Sul olha também para potenciais aquisições no mercado, aproveitando seu balanço desalavancado e com caixa robusto após a abertura de capital, em 2021.

De acordo com Padovese, a principal dificuldade para essas operações é a elevação da taxa básica de juro no País, que pressiona o custo de capital das empresas. “Para aquisições temos que priorizar ativos bons, que tragam retorno. É uma vertente importante para nós, mas ficamos muito mais criteriosos”, destacou.

Os resultados do 3º trimestre de 2025

A Cruzeiro do Sul Educacional registrou lucro líquido ajustado de R$ 113,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 78,3% em comparação com igual período do ano passado.

A receita líquida somou R$ 694,2 milhões, aumento de 11,1% em relação ao reportado um ano antes.

De julho a setembro, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) totalizou R$ 278,3 milhões, alta de 29,4%.

A dívida líquida da empresa, excluindo passivo de arrendamento, totalizou R$ 472,2 milhões, queda de 39,5% em relação ao terceiro trimestre de 2024. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e o Ebitda ajustado, foi de 0,7 vez, queda de 0,7 ponto porcentual em relação ao apurado um ano antes.

Ao final do terceiro trimestre, a companhia tinha 169 mil alunos matriculados na modalidade presencial, incluindo estudantes do colégio, um crescimento de 2,4%. Somente na graduação o grupo tem 160 mil estudantes, sendo que 55% são de cursos da área da Saúde e 45% matriculados nas demais especialidades.

No ensino digital, a companhia tinha 406 mil alunos matriculados, crescimento de 12,7% em relação a igual período de 2024.

Para o diretor-presidente, o resultado reflete a atuação comercial e o “trabalho de eficiência no momento certo”, permitindo que as ações sejam executadas sem machucar a companhia, o que ajuda a melhorar a qualidade. “Eficiência é uma agenda que a gente vem mantendo, não é redução de custos apenas, é melhoria de qualidade com redução de custo. A gente vem trabalhando bastante nisso, e acho que esse ano acentuamos bastante”, explicou Padovese.

Segundo a companhia, esse crescimento é resultado do aumento de 10,8% na captação, devido à eventual antecipação das matrículas pela virada do marco regulatório que ocorreu em meados de setembro. Além disso, a performance de rematrícula alcançou 80% da base apta no período.

No trimestre, o tíquete médio da modalidade presencial aumentou 6,2%, para R$ 949,00, refletindo o aumento da participação de alunos da área da saúde, especialmente nos cursos de medicina e odontologia.

Já no Ensino à Distância (EaD) o tíquete foi de R$ 201,00, aumento de 3,7%. O crescimento no período está relacionado, principalmente, à maior presença de alunos matriculados em cursos de maior valor agregado, ofertado nas modalidades semipresencial e ao vivo.

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