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Varejo

GPA: Plano de eficiência para 2026 deve reduzir investimentos pela metade e cortar despesas

O lucro líquido consolidado no 3º trimestre de 2025 foi de R$ 137 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 310 milhões em igual período de 2024

A empresa espera realizar investimentos entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões ao longo do próximo ano que vem (Foto: Adobe Stock)

O plano de eficiência a ser implementado pelo GPA em 2026 inclui reduzir investimentos até pela metade, além do corte de despesas. A empresa, conforme comunicado da terça-feira, 4,  espera realizar investimentos entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões ao longo do próximo ano que vem. Para comparação, o capex (investimento em bens físicos de longa duração) nos 12 meses encerrados em 30 de setembro de 2025 foi de R$ 693 milhões.

“A conclusão de alguns investimentos dos últimos meses e a descontinuação do plano de expansão deverão gerar redução de R$ 200 milhões. Além disso, R$ 100 milhões devem vir da seleção com maior rigor em projetos de tecnologia da informação e logística”, afirmou o diretor-presidente do GPA, Rafael Russowsky.

A iniciativa inclui uma redução de despesas de ao menos R$ 415 milhões, com eliminação de gastos com pessoal, suporte à operação de lojas e estrutura administrativa. Russowsky ressaltou ainda na teleconferência que há em curso um plano de execução para venda de ativos não estratégicos. Os recursos gerados serão aplicados para redução da dívida bruta.

Mesmo com a significativa redução, o GPA ainda estima cerca de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões do capex para manutenção. Outros R$ 50 milhões, ou “até um pouco mais”, segundo o presidente da companhia, poderá ir para novos projetos de crescimento.

O GPA está confiante para renegociar contingências federais que totalizam até R$ 15 bilhões, de acordo com Russowsky. A companhia tem créditos tributários que totalizam R$ 2,4 bilhões. Nos últimos 12 meses, a companhia aponta que quitou cerca de R$ 374 milhões via créditos de prejuízos através de acordos com o governo federal.

Mudanças no Conselho

Além dos esforços para melhorar a eficiência, Russowsky citou que a empresa vive uma mudança de paradigma com o novo Conselho a partir da mudança de controle da empresa. Desde agosto, a família Coelho Diniz é a principal acionista na varejista, após a saída do grupo francês Casino.

“Temos no Conselho agora o André (Coelho Diniz) e outros, e ele trouxe a mentalidade de ‘barriga no balcão’. André tem mergulhado em contar, entrar em despesas e temos refletido com ele trazendo essa mentalidade.”

Lucro líquido é de R$ 137 milhões no 3º trimestre

O lucro líquido consolidado do GPA no terceiro trimestre de 2025 foi de R$ 137 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 310 milhões em igual período de 2024. O indicador que leva em consideração apenas as operações continuadas ficou positivo em R$ 145 milhões, frente a um prejuízo de R$ 252 milhões um ano antes. O Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado ficou em R$ 412 milhões, alta de 3,4% na comparação anual. Já a receita líquida foi de R$ 4,556 bilhões, avanço de 1,4%.

No período, a margem bruta alcançou 27,6%, retração de 0,1 ponto porcentual sobre igual período de 2024, que a companhia avalia ter se mantido em níveis sólidos. Já a margem Ebitda Ajustada, de 9,1%, teve um aumento de 0,2 ponto porcentual sobre o resultado de um ano atrás.

A companhia destaca que o resultado foi beneficiado pelo crescimento de 4,1% nas vendas em mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), além da liderança no e-commerce de varejo alimentar. “Seguimos firmes na execução de um plano centrado na simplificação do negócio e no aumento da produtividade em todas as frentes”, afirma Russowsky, em mensagem no release de resultados.

Além disso, o GPA informou totalizar um capital para investimento de R$ 146 milhões, uma redução de R$ 36 milhões em relação a um ano antes e de R$ 13 milhões frente ao trimestre imediatamente anterior. A diminuição é reflexo da descontinuação da meta de expansão, além da redução de reformas na bandeira Pão de Açúcar e a racionalização de investimentos em tecnologia, aponta a empresa.

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