O Itaú Unibanco encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro robusto, retorno sobre patrimônio ainda no topo do setor privado e avanço contínuo da carteira de crédito, apesar de pressões sobre margem com mercado e custos de crédito, conforme o balanço de resultados divulgado nesta terça-feira, 4. Veja o resumo abaixo:
Lucro líquido gerencial: R$ 11,876 bilhões
- Aumento de 3,2% em relação ao trimestre anterior
- Elevação de 11,3% em relação a igual período do ano passado
- Resultado em linha com o Prévias Broadcast (R$ 11,842 bilhões)
Retorno sobre patrimônio (ROE): 23,3%
- Estável em relação ao trimestre anterior
- Aumento ante 22,7% de um ano atrás
Margem financeira gerencial: R$ 31,3 bilhões
- Avanço de 0,7% em relação ao trimestre anterior
- Alta de 10,1% em relação a igual período do ano passado
Margem com clientes: R$ 30,479 bilhões
- Subiu 1,0% em relação ao trimestre anterior
- Cresceu 11,0% em relação a igual período do ano passado
Margem com mercado: R$ 902 milhões
- Recuo de 14,6% em relação a igual período do ano passado
Carteira de crédito total: R$ 1,4 trilhões
- Alta de 1,7% em relação ao trimestre anterior (ex-câmbio)
- Avanço de 7,5% em relação a igual período do ano passado (ex-câmbio)
- PF: R$ 456 bi (+1,0% t/t; +6,5% a/a)
- Micro, pequenas e médias empresas: R$ 278 bi (+1,1% t/t; +7,5% a/a)
- Grandes empresas: R$ 438 bi (+1,5% t/t; +9,4% a/a)
- América Latina: R$ 229 bi (baixa de 0,3% a/a)
Inadimplência > 90 dias: 1,9%
- Estável em relação ao trimestre anterior
- Baixa de 0,1 ponto porcentual ante dez/24
Guidance 2025
- Margem financeira com mercado passou a intervalo de R$ 3,0-3,5 bilhões (antes R$ 1,0-3,0 bilhões)
- Demais parâmetros mantidos
‘Momento de transformação acelerada’
O CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, destacou que o banco vê um “momento de transformação acelerada”, guiado por uma estratégia que une governança, inovação e proximidade com nossos clientes.
“Os brasileiros buscam cada vez mais experiências financeiras personalizadas”, disse em comentário com o balanço do terceiro trimestre. Segundo Maluhy, o objetivo é ser “um banco universal, consultivo e completo para empresas e pessoas físicas”, alavancado pela agenda digital e uso da inteligência artificial.
Principais impulsos positivos
- Crescimento de 11% na margem financeira com clientes.
- Expansão de 7,1% nas receitas de serviços e seguros, com destaque para cartões e gestão de recursos.
- Índice de eficiência em 37,7%, menor da série para um 3º trimestre.
- Manutenção da inadimplência > 90 dias em nível historicamente baixo.
- Revisão para cima do guidance da margem com mercado.
Principais impactos negativos
- Queda de 14,6% na margem com mercado.
- Aumento de 10,9% no custo de crédito, pressionado pelo varejo.
- Elevação de 0,3 p.p. na inadimplência de 15-90 dias, afetada por caso isolado em grandes empresas.
- Redução de 20,3% nas receitas de conta-corrente PF.
- Reforma trabalhista elevou despesas de pessoal (+4,3% a/a) após reajuste de 5,68%.
Em resumo
O resultado do Itaú Unibanco mostra avanço consistente no lucro e na geração de receitas recorrentes, sustentado por expansão da carteira, rentabilidade elevada e controle da inadimplência de longo prazo. Ainda assim, pressões sobre margem de mercado, custo de crédito e algumas linhas de serviço indicam desafios para manter a trajetória de crescimento. A revisão positiva do guidance (tendência) reforça confiança da gestão, mas o comportamento da inadimplência de curto prazo e a evolução dos custos seguirão no radar dos investidores nos próximos trimestres.