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Petróleo e Gás

Setor de óleo e gás investe em inovação, mas falhas na comunicação interna impedem avanços

Pesquisa mostra que 85% das empresas até adotam estratégias formais, mas mantêm seus modelos majoritariamente internos e fechados

Estudo mostra ainda que 41% das empresas já utilizam tecnologias digitais de forma ampla (foto: Adobe Stock)

Metade das companhias da indústria de óleo e gás no Brasil já tem departamentos estruturados para gerir inovação. No entanto, para 57% das organizações que dispõe de tempo e recursos dedicados à inovação, falhas de comunicação entre departamentos e resistência à mudança reduzem o impacto das iniciativas. Os dados são da pesquisa “Inovação digital no setor de petróleo e gás no Brasil”, realizada pela Deloitte, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), e obtida com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

O levantamento ouviu 39 lideranças de empresas que, juntas, representam praticamente toda a cadeia produtiva do setor no país. Segundo os dados, 87% das organizações priorizam projetos de inovação e, nos últimos três anos, notaram ganhos concretos em eficiência operacional, desempenho e segurança, além de avanços em competitividade e posicionamento estratégico.

Quando se fala na maturidade do tema de inovação digital, 46% dos pesquisados se posicionam a partir do nível intermediário, com iniciativas em andamento ou resultados aplicados no dia a dia, enquanto 23% afirmam estar em estágio de liderança, com histórico de sucesso e cultura disseminada. Já 18% ainda se consideram em estágio inicial.

“Os resultados da pesquisa mostram que a maioria das empresas já prioriza projetos de inovação, mas destaca-se que a capacidade de integrar essas iniciativas à cultura organizacional, ampliando parcerias, acelerando a adoção de tecnologias e fortalecendo uma agenda sustentável cada vez mais estratégica para a indústria é um fator diferencial das empresas bem-sucedidas”, diz Sócio de Strategy & Business Design da Deloitte, Rafael Ferrari.

A pesquisa mostra, por exemplo, que 85% das empresas até adotam estratégias ou práticas formais de inovação, mas mantêm seus modelos majoritariamente internos e fechados, com pouca abertura à colaboração externa.

Outro ponto crítico é que apenas 24% das empresas afirmam utilizar o critério de retorno sobre investimento (ROI) como fator principal na priorização de projetos. Já na etapa de avaliação posterior, o indicador passa a ser unanimidade: 100% das organizações recorrem ao ROI e a métricas financeiras e operacionais para medir os resultados alcançados.

Entre os principais benefícios percebidos em função dos investimentos em inovação nos últimos três anos pelos pesquisados, o aumento da eficiência operacional lidera o ranking, seguido pela criação de novos produtos e serviços, melhoria da segurança operacional e aumento da competitividade. Em quinto lugar aparece o fortalecimento da marca, enquanto a geração de propriedade intelectual ocupa a sexta posição. Segurança cibernética surge na nona colocação, à frente da redução de custos.

O estudo mostra ainda que 41% das empresas já utilizam tecnologias digitais de forma ampla, com destaque para computação em nuvem e análise de dados. Dessas, 17% estão em fase de implementação generalizada e 20% com projetos pilotes em operação. Quando se fala do tipo de inovação, predomina aquela voltada à melhoria de processos e eficiência operacional.

Projetos de expansão de mercado aparecem em segundo lugar, enquanto inovações disruptivas ou transformacionais ainda têm baixa representatividade. Para as lideranças entrevistadas, a concentração em projetos de baixo risco reflete não só a pressão por resultados rápidos, mas também um baixo nível de maturidade cultural e organizacional para assumir apostas mais ousadas.

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