A AgroGalaxy informou que avança na execução de sua estratégia de reestruturação, fundamentada em três pilares principais: otimização do mix de vendas, com foco em produtos de maior valor agregado; redução de despesas, que, segundo a empresa, gerou economia de R$ 150 milhões nos últimos doze meses; e uma gestão mais eficiente do capital de giro, com controle de estoques e prazos de pagamento.
“Priorizamos nesse momento a venda de produtos de valor agregado, como defensivos e sementes de especialidade, tirando o pé do fertilizante”, afirmou o CEO Eron Martins ao Broadcast Agro.
A estratégia, segundo ele, visa melhorar as margens diante de um cenário de preços das commodities considerados pressionados. O contrato futuro de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) tem operado abaixo de US$ 10 por bushel, com variações entre US$ 9 e US$ 9,50.
A empresa destacou que há fatores considerados positivos para o futuro, como a perspectiva de condições climáticas favoráveis e o câmbio atual. “O La Niña é muito mais simpático do que o El Niño para nossas regiões de atuação, especialmente no Sul, onde estamos vendo uma safra bastante positiva. Não tem nada melhor do que o produtor ganhando dinheiro”, afirmou Martins.
Mesmo com preços mais baixos no mercado internacional, a expectativa de uma supersafra de soja pode, de acordo com a empresa, compensar pelo volume produzido, beneficiando os produtores. “Quando o produtor ganha dinheiro, ele investe. Ele compra especialidades, melhora a qualidade da semente e aplica defensivos com maior margem”, disse o executivo.
Em relação ao cenário de juros elevados, Martins afirmou que a AgroGalaxy ajustou suas operações para lidar com essa realidade. “A gente meio que isolou o efeito dos juros, porque não está na nossa mão. Trabalhamos para um País de juros altos, maximizando a eficiência operacional e a rentabilidade”, explicou.
A empresa também informou que observa sinais de recuperação, citando o recebimento de grãos em suas unidades na Região Sul como um indicativo de normalização das atividades.
“Com tudo o que aconteceu, ver caminhões de grãos entrando nos nossos silos é um sinal de que estamos voltando ao jogo. Isso mostra que, apesar das dificuldades, as relações comerciais foram mantidas e estamos retomando a operação”, disse Martins.
Sobre o controle do capital de giro, a empresa afirmou que busca manter estoques em níveis considerados adequados para reduzir a exposição à volatilidade de preços. “Estamos em um patamar aceitável para uma revenda, alinhando contas a pagar e a receber para garantir uma operação mais estável”, declarou o CEO.