Após reportar lucro líquido de R$ 3,237 bilhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo prejuízo de R$ 729 milhões registrado no mesmo período de 2023, a Suzano vê condições para sustentar seu crescimento nos próximos trimestres.
De acordo com analistas do Citi, o resultado da companhia foi sustentado por embarques de celulose mais fortes e pela depreciação do real, parcialmente compensados por custos ligeiramente mais altos, apesar da queda nos preços da celulose.
“Os embarques de celulose melhoraram 6% em relação ao ano anterior (+4% trimestre a trimestre) à medida que a demanda na Ásia se recuperou com a redução dos preços durante o trimestre”, afirmou o Citi em relatório comentando os resultados da Suzano.
“Os preços realizados da celulose para exportação ficaram em US$ 670 por tonelada, uma queda de 4% trimestre a trimestre (vs -11% na China e -2% na Europa), mas ligeiramente melhor do que as expectativas do Citi, enquanto os preços em reais aumentaram 3% trimestre a trimestre”, acrescentaram os analistas Carolina Cruzat e Stefan Weskott.
Em teleconferência com analistas, o presidente da Suzano, Beto Abreu, disse que a empresa vê demanda resiliente na América Latina e em outras regiões, o que deverá resultar numa demanda saudável no próximo trimestre. Na China e no restante da Ásia, ainda há produtores integrados comprando celulose desde agosto e que aumentaram as encomendas.
Além disso, a companhia destacou que o progresso da operação de Ribas do Rio Pardo (MS), na qual a curva de aprendizagem tem ficado acima do previsto, permitirá que a redução de custo de caixa seja de um dígito no próximo trimestre.
Marcelo Bacci, CFO da Suzano, afirmou que, com o fim do Projeto Cerrado, a liquidez da empresa será maior e a tendência é tentar reduzi-la. Há diferentes alternativas para isso. “Continuaremos acelerando a desalavancagem e o capex será mais baixo no ano que vem”, afirmou.
“Estamos preparados para enfrentar diferentes cenários de preços”, afirmou Abreu. “Um novo ciclo de competitividade e a geração de caixa nos darão maior resiliência”, acrescentou o executivo, concluindo que, com isso, a Suzano também espera aumentar a desalavancagem nos próximos trimestres.
No Suzano Day, que acontecerá em 12 de dezembro em São Paulo e no dia seguinte em Ribas do Rio Pardo, serão detalhadas pautas que afetam a empresa como a verticalização dos concorrentes asiáticos.
(*) Com informações do Broadcast, da Agência Estado