O Banco do Brasil já captou mais de US$ 1 bilhão em recursos para aplicar em negócios com impacto ambiental positivo, afirmou nesta segunda-feira, 23, a presidente do banco, Tarciana Medeiros. Em evento em Nova York, a executiva disse que o setor é parte da busca por uma economia mais verde em todo o mundo.
“Já captamos quase um bilhão de dólares para aplicarmos em negócios verdes, e traremos ainda mais”, afirmou Tarciana no anúncio de uma plataforma global para mulheres líderes no mundo das finanças, que acontece em paralelo à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Desde a semana passada, a presidente e outros executivos da alta cúpula do BB estão em Nova York conversando com investidores e outras instituições em busca de recursos para financiar a carteira de negócios sustentáveis. Na semana passada, o banco fechou um financiamento com o Citi, de US$ 50 milhões, como antecipou o Broadcast.
“Iniciamos aqui, esta semana, a segunda rodada de captação de recursos internacionais para aplicação em crédito sustentável e recuperação dos biomas brasileiros, que tanto vêm sofrendo com os desafios climáticos recentes”, afirmou Tarciana nesta segunda.
De acordo com ela, o setor está aprendendo a lidar com os desafios trazidos pela mudança climática, e para isso, a cooperação entre os bancos e com as instâncias governamentais é fundamental. “Eu acredito que o sistema financeiro tem o compromisso em tornar real as iniciativas que precisam ser adotadas para haja um planeta viável para as próximas gerações.”
Segundo Tarciana, o BB financiou a recuperação de 670 mil hectares de terras degradadas e de florestas, o que equivale à extensão territorial do Distrito Federal. Ela destacou ainda que um terço da carteira de crédito do banco tem pegada sustentável, e que o objetivo é elevar o saldo dos atuais R$ 360 bilhões para R$ 500 bilhões até 2030.
A executiva também mencionou iniciativas do banco voltadas ao tema da diversidade. Afirmou que no último ano, aumentou 41% o volume de crédito que o BB concedeu a mulheres. Também disse que o banco público quer promover 344 pessoas negras e 300 mulheres a cargos de liderança, mas que também quer levar melhores práticas às empresas com que tem relacionamento.
“Estamos fazendo mudanças em cláusulas sociais dos contratos com nossos fornecedores para garantia de salário digno e representatividade racial e de gênero”, disse ela. “Mais do que promover mudanças dentro de casa, queremos, com nosso alcance, influenciar as empresas e instituições que estão em nosso ecossistema a percorrerem essa trajetória de mudança.