Praticamente recuperada da crise causada pela pandemia de coronavírus, a CCR Aeroportos, que responde por cerca de 10% do Ebitda do Grupo CCR, tem agora em sua estratégia incentivar o turismo regional, e com isso, aumentar o fluxo de passageiros em suas pistas de aterrisagem e decolagem.
Segundo o CEO da CCR Aeroportos, Fábio Russo, pistas como a de Foz de Iguaçu têm capacidade de receber até seis vezes mais passageiros por ano — hoje, o patamar anual desse aeroporto é de cerca de 1,8 milhão de viajantes.
Além de Foz de Iguaçu, a empresa administra outros 16 aeroportos: Confins, Pampulha, Goiânia, Imperatriz, Teresina, Petrolina, Palmas, Curitiba, São Luís, Londrina, Bacacheri, Navegantes, Joinville, Bagé, Pelotas e Uruguaiana (URG).
“O brasileiro viaja pouco, pouco mesmo. E acho que o Brasil tem poucas viagens aéreas. Veja o caso de Foz do Iguaçu. Foz do Iguaçu é uma joia, é uma joia, não só do Paraná, não só do Brasil, mas do mundo. Está nas listas dos lugares que as pessoas do mundo inteiro querem conhecer. A gente deveria ter cinco, seis vezes mais visitantes do que a cidade recebe todos os anos”, avalia Russo. Em 2023, o Parque Nacional do Iguaçu recebeu 1,83 milhão de visitantes.
Para receber mais passageiros, Russo explica que a CCR Aeroportos deve adotar a mesma estratégia empregada para promover o turismo em Curaçao. “Há 50 anos, o governo de lá decidiu que o turismo ia ser relevante para o PIB. Então tem um plano, e hoje em dia o país recebe 6,6 milhões de passageiros por ano. É um país pequeno, mas com um nível de gasto per capita dentro do alvo que eles projetaram. É exatamente o que é possível fazer em Foz do Iguaçu”, compara o executivo.
Como parte desse plano, Russo comenta que a empresa cedeu um terreno para a construção do Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu, que será criado em parceria com o centro cultural francês Pompidou e inaugurado em 2026. “Quando a gente soube que o governo do Paraná estava tentando atrair (para Foz) uma filial do Pompidou, nós procuramos o Estado, junto com a União, que é quem tem o nosso contrato, e fez a cessão do terreno. Isso é incrível para a capacidade de geração de turistas”, diz o CEO da CCR Aeroportos.
“Temos, também, outros aeroportos com um potencial turístico brutal: Navegantes, tem em um potencial interno muito grande, com praias, parques; tem São Luís do Maranhão, a porta dos Lençóis Maranhenses; Palmas é a entrada para o Jalapão. A gente fez um esforço muito grande em preparar os aeroportos para receber voos maiores, mais passageiros, que é nossa obrigação contratual e vamos terminar no final deste ano. Em paralelo, a gente começa a divulgar esses destinos”, acrescenta Russo.
2º trimestre
O Grupo CCR registrou lucro líquido ajustado de R$ 411 milhões no segundo trimestre de 2024. O montante representa alta de 102% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Ebitda ajustado consolidado da companhia somou R$ 2 bilhões entre abril e junho, alta de 14,4% na mesma base comparativa. Com isso, a margem Ebitda ajustada ficou em 57,6%, 0,9 ponto porcentual acima da taxa reportada no segundo trimestre de 2023.
Já a receita líquida consolidada ajustada atingiu R$ 3,48 bilhões no período, crescimento de 12,5% em relação ao mesmo intervalo de 2023.
Este foi o melhor segundo trimestre da história da CCR, com recordes de demanda em todas as plataformas, segundo o CEO da companhia, Miguel Setas.