As emissões de valores mobiliários no mercado brasileiro somaram, de janeiro a junho, R$ 440,1 bilhões, valor 63% acima em comparação ao mesmo período de 2023 (R$ 268,9 bilhões), informou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em seu Boletim Econômico, divulgado na noite de segunda-feira.
Seguindo a tendência dos últimos anos, o destaque ficou com o mercado de renda fixa, em especial debêntures, que alcançaram R$ 225,2 bilhões contra R$ 93,1 bilhões do ano anterior.
A CVM também anotou crescimento no número de regulados de 1,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro, chegando a 88.421 participantes. O grupo com maior crescimento anual foi o setor de plataformas eletrônicas de investimento participativo (crowdfunding), com 5% de aumento de regulados no trimestre.
Os números estão em linha com o crescimento no valor emitido via ofertas regidas pela Resolução CVM 88 (sobre oferta pública de empresas de pequeno porte por meio de plataforma eletrônica de investimento participativo), que no primeiro semestre de 2024 soma R$ 542 milhões e já supera o total referente a 2022 e 2023 somados (R$ 466 milhões).
Na semana passada, o diretor da CVM, Daniel Maeda, disse que a autarquia prevê lançar ainda este ano um edital de audiência para modernizar a resolução 88, que trata da oferta pública de valores mobiliários.
“Mas a norma, em si, ainda vai depender do feedback do mercado, de contribuições, de estudar e analisar isso. É, no mínimo, para o ano que vem”, disse Maeda, em um evento sobre blockchain realizado no Rio de Janeiro.
Segundo o diretor, a CVM tem um “pipeline” apertado, com muitas normas na fila. Por isso, não será possível adiantar esse cronograma.