Após estar no centro das atenções em eventos do Brasil com investidores em Nova York na semana passada, a Sabesp faz nesta segunda-feira a última reunião de cunho mais político e regional antes da privatização, com o conselho da Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário Sudeste (URAE), para a substituição dos contratos de serviço no atual modelo para o novo.
Da Faria Lima a Wall Street, a expectativa é de que a oferta de ações seja oficialmente lançada depois do encontro de hoje. A demanda para a operação, que deve ocorrer neste trimestre, provavelmente em junho, deve ser grande, conforme as expectativas dentro e fora da Sabesp.
Em junho, a Sabesp deve começar apresentações para investidores no exterior, os chamados roadshows. Nas últimas semanas, a empresa já vem conversando com fundos, investidores e gestoras lá fora, mas ainda de forma preliminar.
O município de Guarulhos, o segundo em importância para a Sabesp no Estado aprovou a adesão ao URAE em reunião extraordinária no último sábado, 18. Hoje, haverá a reunião para a assinatura do contrato de concessão entre Sabesp, UARE-1 e Arsesp, a agência reguladora do Estado, além de outro encontro do governo para definir os detalhes finais da venda de ações.
A oferta pública que vai privatizar a Sabesp vai ser coordenada por BTG Pactual, Citi, Bank of America e UBS-BB. Recentemente, o Itaú BBA foi adicionado ao sindicato como coordenador global. Já Bradesco BBI, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, Safra, Santander e XP atuarão como apoiadores e distribuidores, chamados de ‘joint bookrunners’.
Sucesso em Wall Street
Durante a Brazil Week, semana do Brasil em Nova York, a oferta de privatização da Sabesp foi um dos grandes destaques. O chefe do banco de investimentos do Citi Brasil, Eduardo Miras, afirma que o segmento e a estrutura da operação devem atrair a atenção dos investidores.
“O setor de saneamento é o setor elétrico há 25 anos. A Sabesp é a maior companhia do setor, já é relativamente eficiente, provavelmente, vai ter um acionista de referência que vai ficar em cima e ter certeza que não está simplesmente sendo controlada pelo Estado. Não tem como o investidor não colocar dinheiro”, avaliou, durante evento do Citi, em Nova York.
Tida como uma das ‘noivas mais disputadas’ do mercado, também esteve no centro da missão do governo de São Paulo à Big Apple, que apresentou uma carteira de investimentos estimada em R$ 220 bilhões. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o leilão referente à privatização da Sabesp deve ocorrer, em junho, dentro do cronograma do Estado, durante evento do Valor Econômico, em Nova York.
“Na segunda-feira, daremos o último passo, que é a reunião da Unidade Regional de Água e Esgoto, a reunião da URAE, onde vamos fazer a substituição do contrato, e a extensão desses contratos até 2060, e aí a gente encerra as atividades de cunho mais político, de cunho negocial com os municípios, com as Câmaras de Vereadores, e vamos ao próximo passo que é roadshow e a operação propriamente dita”, disse Tarcísio, na ocasião.