A Braskem apresentou em 2023 um prejuízo anual de R$ 4,6 bilhões, valor que representa o segundo maior já registrado pela empresa no intervalo dos últimos 20 anos. As perdas só não foram piores do que as apuradas em 2020, época em que a petroquímica provisionou R$ 6,9 bilhões para mitigar o afundamento do solo em Maceió, em Alagoas.
No total, a Braskem já provisionou mais de R$ 14 bilhões desde o início do evento geológico. Em 2023, houve o provisionamento adicional de R$ 2,308 bilhões, superior aos R$ 1,520 bilhão reservados em 2022 para mitigar os danos.
As atenções sobre o tema permanecem em alta. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem tem avançado e já possui um requerimento aprovado para levar o presidente da petroquímica, Roberto Bischoff, a depor. Ainda não há data definida para o comparecimento do executivo à Comissão.
Acareação. A CPI aprovou que Bischoff fizesse acareação com o ex-servidor Thales Sampaio, antigo diretor do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Com a liderança de Sampaio, o SGB fez um dos principais estudos que apontaram a mineração da Braskem como causadora do afundamento, em 2019.
Resultado. Os resultados do quarto trimestre de 2023 da Braskem mostram uma leve recuperação operacional, impulsionada pela melhora gradual nos spreads (diferença entre custo de produção e preço de venda) petroquímicos.
O Ebitda da empresa somou R$ 1,049 bilhão no período, avanço de 14% ante o terceiro trimestre de 2023. Por outro lado, o prejuízo da Braskem de R$ 1,575 bilhão foi acima do esperado pelo mercado, que era próximo de R$ 569 milhões (US$ 113,3 milhões).
Venda. Em outra frente, também caminha o processo de venda da Braskem. Conforme mostrou o Broadcast, uma reunião entre representantes da petroleira de Abu Dhabi Adnoc e a Novonor (ex-Odebrecht) deve acontecer na próxima semana antes da realização de uma oferta vinculante pela petroquímica.
As diligências nas unidades da Braskem já foram concluídas, mas o processo de avaliação da companhia como um todo ainda não chegou ao fim.