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Automotivo

Para Scania, veículos elétricos precisam ser “tropicalizados”

Presidente da Scania, Christopher Podgorski, diz que condições climáticas e de infraestrutura rodoviária no Brasil exigem adaptações nos veículos

Ônibus híbrido da Scania, uma das "diversas tecnologias de combustão" citadas pelo presidente da fábrica de "pesados" (foto: Adobe Stock)

O presidente da Scania no Brasil, Christopher Podgorski, disse que a tecnologia de veículos elétricos precisa ser “tropicalizada” diante das características encontradas nas estradas brasileiras para que possa ganhar mais mercado.

Os componentes dos veículos elétricos são sensíveis à vibração e a altas temperaturas, lembrou, ao citar pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e do Sest/Senat realizada no ano passado que demonstra insatisfação em relação à malha rodoviária brasileira.

Para o executivo, apesar disso, a eletrificação da frota deve se desenvolver, mas atrelada a outras tecnologias, e de forma “segura e paulatina”. “Vamos oferecer diversas tecnologias, combustão também, mas com combustíveis verdes”, afirmou durante painel no Latin America Investment Conference (LAIC) de 2024, primeira edição do evento após a fusão entre o UBS e o Credit Suisse.

O executivo afirmou que, embora o diesel seja um “inimigo duro de abater” no setor de veículos de carga, já existem alternativas viáveis e que a companhia já soma sete mil veículos movidos a biometano circulando na América Latina.

Em relação ao programa de neoindustrialização anunciado pelo governo, Podgorski afirmou que a indústria brasileira está “pronta e preparada” para prover os principais componentes de cabeamento e que há desafios relativos à bateria, que, no caso da Scania, vem sendo trabalhada por meio de parcerias na Suécia.

“As dificuldades para implementação aqui no Brasil agora estão muito mais claras. Nós temos uma regra do jogo definida que falta ser detalhada, sim. Mas as políticas públicas são com diretrizes claras que vão contemplar aqueles que investirem na industrialização local versus aqueles que querem trazer o veículo pronto penalizados pelos impostos de importação”, disse.

“Pode-se chamar isso de protecionismo, mas também pode chamar como uma política de desenvolvimento industrial local”, completou.

 

 

 

 

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