O Citi avalia que a Cemig encerrou uma das principais incertezas jurídicas que rondavam a companhia: a disputa sobre o Plano de Saúde Integrado (PSI). Em fato relevante, a elétrica mineira informou ter fechado acordos com quase todos os sindicatos que representam empregados e aposentados, encerrando de forma definitiva questão que se arrastava havia anos.
Segundo o Citi, a solução deve ter reflexo direto no balanço. No terceiro trimestre de 2025, a Cemig carregava R$ 2,517 bilhões em obrigações ligadas ao PSI. Com o acordo, o banco projeta reversão de provisão de R$ 1,267 bilhão antes de impostos – ou ganho pontual de R$ 836 milhões após impostos – nos resultados do quarto trimestre de 2025, estima o banco.
Como o estatuto da companhia determina distribuição mínima de 50% do lucro líquido, o Citi calcula que a medida poderá acrescentar rendimento em dividendos de 1,3% ao acionista.
Como são os acordos
A Cemig informou que foi homologado, no processo de dissídio coletivo, acordo celebrado com Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro), Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (SENGE), Sindicato dos Técnicos Industriais de Minas Gerais (Sintec), Sindicato dos Eletricitários de Juiz de Fora e de aposentados da Associação dos Eletricitários Aposentados e Pensionistas da Cemig e Subsidiárias (AEA).
Esse acordo, em conjunto com outro homologado em setembro, totalizam no máximo R$ 1,250 bilhão de indenização, a ser pago em 6 parcelas, sendo a última em 2030, e considera a totalidade de 15.496 aposentados e pensionistas titulares, ativos e inscritos no plano de saúde PSI da Cemig Saúde, em fevereiro de 2025.
Segundo a Cemig, em fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os dois acordos firmados possibilitam a transição dos participantes para novos planos de saúde, com o encerramento do patrocínio da companhia ao PSI em 31 de dezembro deste ano.