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Itaú BBA: Rede D’Or teve trimestre sólido, com lucro 16% acima da projeção

Na análise do banco, o avanço de 6% do tíquete médio na área hospitalar, o crescimento de 28% em oncologia e o aumento de 10% nos indicador dias-paciente reforçaram a receita da companhia

Para o Itaú BBA, os números “consideravelmente melhores” em hospitais e seguros fortalecem as perspectivas de crescimento de receita, melhora da sinistralidade e expansão da rentabilidade (Foto: Ricardo Lima @ricardollk)

O Itaú BBA avalia que a Rede D’Or teve outro trimestre sólido, com lucro líquido 16% acima do previsto. O banco destaca que a operação hospitalar sustentou o desempenho, apoiada em taxa de ocupação de 81,6% no terceiro trimestre de 2025 – avanço de 3,0 pontos porcentuais em relação ao mesmo período do ano anterior e superior à média histórica para o trimestre.

Em relatório, os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio apontam que a receita líquida dos hospitais cresceu 16% ante o último ano, superando em 3% a projeção do banco, enquanto o Ebitda foi beneficiado por efeito pontual de R$ 101 milhões ligado à reversão de provisões. Mesmo desconsiderando esse impacto, o indicador ficou 8% acima do estimado.

Na análise do banco, o avanço de 6% do tíquete médio na área hospitalar, o crescimento de 28% em oncologia e o aumento de 10% nos indicador dias-paciente reforçaram a receita da companhia.

Os profissionais também mencionam elevação nas glosas para 5,6% da receita bruta e dos impostos sobre receita para 6,0%, além de expansão de 37% nas eliminações entre empresas, usadas como proxy da participação da SulAmérica no faturamento hospitalar; sem essa operadora, a receita dos hospitais subiu 10%.

No braço de seguros, o Itaú BBA destaca que a SulAmérica adicionou 5 mil vidas na carteira de saúde (ex-ASO) e alcançou receita líquida de R$ 8,457 bilhões, alta de 11% em relação ao ano anterior.

A sinistralidade consolidada recuou 1,2 ponto porcentual frente ao trimestre anterior, para 80,1%, melhor do que a projeção de 80,8% do banco. Mesmo com aumento de 18% nas despesas gerais e administrativas (SG&A) – puxadas por alta de 33 % em provisões para contingências -, o Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) da seguradora chegou a R$ 565 milhões, 58% superior ao registrado 12 meses antes e 5% acima do esperado.

Considerando todos os ajustes não recorrentes, o Ebitda consolidado da Rede D’Or ficou 8% acima das estimativas do Itaú BBA, e o lucro líquido superou a projeção em 16 %. O prazo médio de recebimento caiu para 115 dias, e, descontado o efeito do pagamento de dividendos, a dívida líquida teria recuado R$ 872 milhões no trimestre, o que, segundo o banco, confirma a capacidade de geração de caixa.

Para o Itaú BBA, os números “consideravelmente melhores” em hospitais e seguros fortalecem as perspectivas de crescimento de receita, melhora da sinistralidade e expansão da rentabilidade. A instituição mantém visão construtiva, projetando crescimento de cerca de 20% nos lucros nos próximos anos. Embora reconheça o múltiplo de 17 vezes o lucro esperado para 2026 como um patamar de preço “premium”, o banco entende que a consistência dos resultados, o fluxo de caixa e possíveis movimentos de consolidação justificam a avaliação. A casa encerra o relatório prevendo reação positiva das ações no pregão seguinte.

O Itaú BBA tem recomendação outperform (equivalente à compra) para as ações da Rede D’or, com preço-alvo em R$ 51, o que representa potencial valorização de 16,49% frente ao fechamento do papel ontem (R$ 43,78).

Como foram os resultados da Rede D’Or no 3º trimestre de 2025

A Rede D’Or reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,455 bilhão, alta de 19,8% em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Com ajustes, o lucro da empresa totalizou R$ 1,508 bilhão, alta anual de 19,0%.

O resultado é explicado pelo crescimento da receita líquida, avanço da operação hospitalar e melhora no desempenho da SulAmérica, parcialmente compensados por maiores despesas financeiras em razão do aumento do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

No período, a receita líquida consolidada foi de R$ 14,583 bilhões, crescimento de 10,4% na mesma base comparativa. A receita líquida da SulAmérica foi de R$ 8,457 bilhões, aumento de 10,8% ante um ano. Já o segmento de hospitais, oncologia e outros teve receita de R$ 6,126 bilhões, alta de 9,9%.
O Ebitda foi de R$ 2,887 bilhões, avanço de 9,9% em base anual de comparação.

Ao final de setembro, a dívida líquida da Rede D’Or alcançou R$ 16,975 bilhões, recuo de 0,9% em relação ao verificado em setembro de 2024. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 1,54 vez, ou 0,38 vez menor do que o observado no mesmo intervalo do ano anterior.

A Rede D’Or encerrou o terceiro trimestre com 784 mil pacientes-dia, alta de 10,1%, e 157 mil cirurgias realizadas, crescimento anual de 21,3%.

‘Esperamos entrar em novo ritmo de crescimento de leitos em 2026’

O diretor-presidente da Rede D’Or, Paulo Moll, espera que a companhia atinja um ritmo de crescimento de leitos acima do atual em 2026. Durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre, o executivo disse que, em 2025, já conseguiu acelerar em relação aos dois anos anteriores. “A gente manter esse pace (ritmo) de crescimento em relação ao ambiente competitivo”, referindo-se a um termo usado por corredores para se referir ao tempo médio para percorrer um quilômetro.

Em relação à alocação de capital, Moll destacou que o objetivo principal é encontrar e investir em projetos que mantenham o nível de retorno esperado. Além disso, ele enfatizou que deseja adicionar empreendimentos e adoraria acelerar o número de iniciativas, mas a condição crucial para investir é que esses projetos façam sentido e assegurem os mesmos níveis históricos de retorno da companhia. “Estamos sempre em busca de novas oportunidades, sejam elas orgânicas ou inorgânicas”.

Ele disse, ainda, que o pagamento de dividendos é tratado como uma opção a ser considerada caso as oportunidades de investimento não absorvam todo o caixa gerado.

‘Não gostaríamos de rodar com alavancagem acima de 2 vezes’

O cenário ideal para a Rede D’Or é manter os níveis de alavancagem abaixo de duas vezes a relação entre a dívida líquida e o Ebitda, disse o diretor-presidente da companhia, Paulo Moll.

Já em relação aos dividendos, ele afirmou que ainda não há uma decisão tomada sobre a distribuição de proventos extraordinários. Em relação à aprovação no Senado, da taxação para os dividendos, o executivo afirmou que isso será analisado.

“Vamos esperar para entender como serão essas aprovações”, disse o executivo durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre deste ano.

‘Estamos ainda no início de uma agenda de ganho de eficiência e crescimento’

A Rede D’Or está no início de uma agenda de ganho de eficiência e crescimento, com possibilidade de ganhos de produtividade em áreas de apoio, melhorias no ciclo da receita, e investimentos em automação e organização de áreas, disse o diretor-presidente da companhia, Paulo Moll.

Durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre deste ano, o executivo destacou que enxerga também a possibilidade de crescer em unidades hospitalares que estão com performance ainda aquém de seu potencial. “Temos bastante trabalho a fazer, melhorando o nosso ciclo da receita, reduzindo erros e perdas”, afirmou.

Moll destacou ainda que essas medidas passam por mudança e uniformização de sistemas, automação, e organização de áreas.

Outra oportunidade apontada por ele é em serviços de alta demanda que têm sido agregados em algumas unidades, seja em serviços de especialidades médicas e oncologia, ou diagnósticos. “Vemos ainda um trabalho importante para ser feito”.

‘Crescimento da Atlântica D’Or é até mais acelerado do que o projetado’

Os hospitais da joint venture Atlântica D’Or têm apresentado um resultado até mais acelerado do que o esperado, mas ainda têm espaço para crescimento em termos de leitos e adição de margem, disse o diretor-presidente da empresa, Paulo Moll.

“A cada trimestre eles vêm crescendo em receita e margem, e ainda com muito espaço para continuar abrindo leitos, rampando esses leitos e adicionando mais margem”, afirmou.

 

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