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Construção Civil

Tenda: lucro líquido consolidado atinge R$ 111,7 milhões, alta de 46,6% ante o 3º trimestre de 2024

O crescimento do lucro é resultado do faturamento recorde com a venda de imóveis, custos sob controle e incentivos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e dos programas estaduais que oferecem subsídios adicionais

A receita líquida consolidada totalizou R$ 1,135 bilhão, patamar recorde, expansão de 24,5% (Foto: Adobe Stock)

A Tenda, uma das maiores construtoras do País, teve lucro líquido consolidado de R$ 111,7 milhões no terceiro trimestre de 2025. O resultado representa uma alta de 46,6% em relação ao mesmo período de 2024.

O crescimento do lucro é resultado do faturamento recorde com a venda de imóveis, custos sob controle e incentivos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e dos programas estaduais que oferecem subsídios adicionais. Além disso, há um baixo nível de desemprego, e os salários da população estão subindo, o que favorece o poder de compra. “Há uma combinação de fatores que tem levado a esse crescimento forte”, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores, Luiz Maurício Garcia.

A divisão de negócios Tenda (baseada em empreendimentos em concreto) teve um lucro de R$ 146,4 milhões. A margem bruta ajustada da Tenda foi de 34,5%, alta de 0,4 pontos porcentuais, com maior faturamento e diluição de custos.

A divisão Alea (baseado em estruturas pré-moldadas de madeira) gerou prejuízo de R$ 34,8 milhões. A margem bruta de Alea ficou negativa em 3,8%, devido a dificuldade na gestão dos canteiros de obras.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado e ajustado somou R$ 187 milhões no trimestre, avanço de 24% na comparação anual, e nível recorde. A margem Ebitda ajustada chegou a 16,5%, estável na comparação anual. O critério “ajustado” exclui juros capitalizados, despesas com planos de ações e minoritários.

A receita líquida consolidada totalizou R$ 1,135 bilhão, patamar recorde, expansão de 24,5%, em função do aumento do número de apartamentos vendidos e também do crescimento do preço médio por unidade.

A margem bruta consolidada e ajustada bateu em 31,3%, recuo de 0,9 p.p., devido à maior participação de empreendimento dentro do Programa Pode Entrar, que tem margens mais apertadas. Sem o programa, a margem bruta consolidada cresce 0,6 pp, para 32,8%. Já a margem do resultado dos exercícios futuros (margem REF) foi estimada em 40%, o que indica a perspectiva de melhora do desempenho ao longo dos próximos meses.

As despesas operacionais (vendas, gerais e administrativas) consolidadas aumentaram 19,7%, totalizando R$ 197,7 milhões.

O grupo reportou geração de caixa operacional de R$ 77,2 milhões, sem contar efeitos da recompra de ações e do aumento de capital na Alea. A dívida líquida foi a R$ 200,9 milhões, redução de 53% em um ano.

Operacional

Os lançamentos do grupo somaram R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre, recuo de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as vendas líquidas foram de R$ 1,2 bilhão, queda de 20,7%. O preço médio dos apartamentos vendidos foi de R$ 216,9 mil, aumento de 4,2%. A companhia entregou 5,3 mil imóveis, alta de 34%.

Na sua apresentação de resultados, a companhia informou que o volume de lançamentos do terceiro trimestre foi aquém do previsto, que era de R$ 2,0 bilhões. O foco agora é superar esse patamar no quarto trimestre, podendo chegar a R$ 6 bilhões em lançamentos no ano.

“Estamos buscando acelerar o volume de lançamentos, e a expectativa é muito boa”, disse Garcia. “Temos buscado crescer de forma distribuída nas faixas 1, 2 e 3 do Minha Casa Minha Vida”, emendou.

Para o ano que vem, a Tenda iniciará suas atividades em João Pessoa (PB) e retomará os lançamentos em Curitiba, onde havia parado os novos projetos em 2021 devido a barreiras do plano diretor de lá, que foram superadas.

Ponto de equilíbrio de caixa para Alea revisto de 2025 para até 2027

O ponto de equilíbrio (breakeven) no fluxo de caixa da Alea foi revisto de 2025 para até 2027, de acordo com informações divulgadas pela Tenda. A mudança está relacionada à reorganização nos canteiros de obra da empresa após a construtora ter dificuldade para gerir as equipes de mão de obra em um número elevado de empreendimentos simultâneos. No terceiro trimestre, a Alea teve consumo de caixa de R$ 24 milhões.

Em sua apresentação de resultados, a Tenda informou que a maior verticalização dos canteiros já estava prevista para acontecer em 2026, mas foi acelerada. Além disso, a companhia decidiu reduzir o número de projetos para evitar novos desequilíbrios operacionais. Com isso, a verticalização está prevista para ser concluída em até o segundo trimestre de 2026. Em setembro, 50% dos canteiros já contavam com o novo modelo.

O grupo ainda admitiu que a Alea não deve atingir a margem bruta ajustada prevista para o ano, que era de 6% a 10%, sendo que no acumulado do ano até setembro estava em 2,2%. “Não esperamos mudanças na margem bruta do segmento Alea em relação ao patamar atual no quarto trimestre, o que nos coloca de fora do atingimento dessa meta”, informou a administração.

No caso da meta de vendas líquidas, a Alea chegou a R$ 378 milhões no ano até setembro, ou 54% do ponto médio da meta que vai de R$ 700 milhões a R$ 800 milhões. A companhia informou que tem expectativa de lançar as 1.500 unidades do projeto de Canoas em dezembro.

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