RIO – O Brasil precisa criar mais integração em suas cadeias produtivas de minerais críticos para gerar valor e pode se tornar um hub de industrialização que gere empregos e inovação em vez de apenas exportar as commodities. A opinião é de Bianca Conde, gerente-geral de Sustentabilidade da Vale. A executiva participa do evento Rio Climate Action, no Rio de Janeiro.
“O Brasil é um grande detentor de reservas, mas não produtor. Precisamos quebrar o hábito de só exportar essa matéria-prima e ela ser produzida, beneficiada e processada em outros países, como a China”, disse a especialista. “Precisamos nos perceber como grandes inovadores e potência de industrialização.”
A executiva frisou que o País está ampliando a exploração dos minerais críticos, mas precisa processar e trazer maior valor para a cadeia, no Brasil, citando como exemplo terras raras, grafite e cobre.
A maior parte das receitas da mineradora brasileira vem das exportações de outro segmento – de minério de ferro – para a China.
“A gente tem essa chance de virar um hub de industrialização. A gente traz esse beneficiamento para dentro de casa (e pode) trabalhar com a nossa cadeia, trabalhar com os portos”, apontou. “Conseguir fazer com que isso traga geração de emprego, inovação, pesquisa e desenvolvimento para o Brasil, em vez de exportar e deixar que essa inteligência fique em outro lugar.”
A gerente-geral de Sustentabilidade da Vale detalhou ainda que o País precisa fomentar clusters industriais para produzir baterias, ligas metálicas e imãs, e se tornar um fornecedor global confiável.
E lembrou que o BNDES abriu editais para fundos voltados à mineração e a minerais críticos. “O dinheiro está vindo agora, a gente precisa que a pesquisa também venha junto e consiga trabalhar a colaboração ao longo da cadeia.”
