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Varejo

Loja conceito da C&A desperta recomendações positivas com promessa de aumento de produtividade de vendas 

A fachada aberta da unidade foi desenhada para atrair maior fluxo de consumidores, enquanto o layout interno procura tornar a experiência de compra mais fluida, elevando taxas de conversão, destacam analistas

Analistas destacam as mudanças promovidas pela C&A (Foto: Adobe)

Após participar da visita guiada à nova loja conceito da C&A, a XP reafirmou a visão construtiva a respeito da varejista, por esperar que as iniciativas internas devam continuar impulsionando uma melhor produtividade de vendas. O Santander viu espaço para valorização da C&A na Bolsa a partir da estratégia de elevar a produtividade por metro quadrado com o novo modelo de loja “Energia”. O formato, lançado no Shopping Center Norte, em São Paulo, aposta em melhorias no layout, reorganização de categorias, provadores mais funcionais e autoatendimento por RFID, além de treinamento de equipes para aumentar a taxa de conversão.

Em relatório, os analistas Daniela Eiger, Pedro Caravina e Laryssa Sumer, da XP, destacam que o espaço materializa os pilares do programa Energia C&A – produto, jornada de compra, relacionamento personalizado, tecnologia e branding – e reforça a visão construtiva da corretora sobre a companhia. Eles avaliam que, embora o resultado de curto prazo possa ser pressionado por condições climáticas adversas, permanecem otimistas com a empresa. Por isso, mantêm a recomendação de compra para as ações.

A fachada aberta da unidade foi desenhada para atrair maior fluxo de consumidores, enquanto o layout interno procura tornar a experiência de compra mais fluida, elevando taxas de conversão, avalia a XP. O sortimento é apresentado como protagonista, com comunicação clara de atributos para estimular tíquete médio e venda cruzada. Jeans e Básicos, descritos como essenciais da marca, dominam a entrada principal; linhas como ACE e Mindset ganham espaço por meio de experiências diferenciadas.

A companhia voltou a destacar o potencial da linha de íntimos, destacam os analistas, lembrando que, em dezembro de 2024, já apontava essa categoria, além de Kids e Beleza, como vetores de crescimento. Beleza, aliás, passa a ocupar área maior e se apoia em marcas de maquiagem de influenciadores digitais, aproximando-se da proposta de valor de um varejista especializado.

A tecnologia surge como alavanca de vendas: caixas de autoatendimento, monitoramento de fluxo e provadores digitalizados compõem o pacote. A XP observa que cerca de 70% das iniciativas testadas são replicáveis em outras lojas, e que a gestão espera colher resultados em prazo relativamente curto. De acordo com notícias citadas no relatório, 20 unidades deverão adotar o novo conceito até o fim de 2025 e outras 30 em 2026.

Apesar de reconhecer que condições climáticas adversas podem pressionar o desempenho no curto prazo, a XP sustenta otimismo com a tese de C&A. Para a corretora, a combinação de melhorias operacionais, reforço de marca e adoção de tecnologia deve continuar impulsionando a produtividade de vendas e consolidar o novo posicionamento da varejista.

A corretora aponta como diferenciais da nova loja a fachada aberta, a jornada de compra mais fluida, a ênfase no produto e categorias mais conectadas. As categorias Jeans e Básicos se consolidam como o essencial da marca, e a linha de íntimos deve ter destaque, assim como a categoria Beleza, que ganha espaço. “A tecnologia será um motor de vendas por meio de self-checkouts, monitoramento do fluxo de clientes e experiência digitalizada dentro dos provadores”, escrevem os analistas.

A expectativa é que o projeto piloto seja implantado em outras lojas. Para a administração da companhia, os resultados podem ser percebidos relativamente rápido.

‘Uma experiência mais envolvente’

Segundo o analista Ruben Couto, do Santander, a proposta entrega uma experiência mais envolvente ao consumidor e deve impulsionar tráfego e vendas, com reflexo na eficiência operacional. “O novo conceito é um movimento disciplinado e centrado no cliente, que deve gerar ganhos de produtividade e retorno sobre ativos”, disse.

A implementação será feita em duas frentes: lojas principais, com cerca de 70% das novidades, e lojas leves, com ajustes mais pontuais, sem a necessidade de investimentos elevados em itens não essenciais, como elevadores panorâmicos ou painéis de LED.

Embora ainda seja cedo para medir o impacto direto nas vendas, Couto ressalta a consistência histórica da C&A em execução de projetos como fator de confiança para a maturação do modelo.

O banco mantém recomendação outperform (equivalente a compra) para as ações e preço-alvo de R$ 23,70 ao fim de 2026, o que representa um potencial de valorização de 45% frente ao fechamento da última sexta-feira.

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