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Papel e Celulose

BTG sobre a Suzano: Reajuste da celulose pode recompor lucratividade

'Embora o mercado não esperasse movimentos tão agressivos em um período tão curto de tempo, acreditamos que há sinais claros de que os preços estão se estabilizando'

Capital social da Suzano passará de R$ 24 bi (Foto: Adobe)

O BTG Pactual avalia que o reajuste do preço da tonelada da celulose de fibra curta anunciado pela Suzano é uma janela para os produtores recomporem a lucratividade a partir de níveis “insuportavelmente baixos”.

“Embora o mercado não esperasse movimentos tão agressivos em um período tão curto de tempo, acreditamos que há sinais claros de que os preços estão se estabilizando. A implementação será desafiadora, mas a direção é encorajadora”, disseram os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.

Conforme o Estadão/Broadcast antecipou, a Suzano anunciou um segundo aumento de US$ 20 por tonelada na China e na Ásia, após um movimento semelhante há poucos dias, elevando os preços para US$ 530-540/t, e um reajuste mais acentuado de US$ 80/t na Europa e na América do Norte, onde os preços têm caído desde maio. “A empresa está visando um preço de tabela de US$1.080/t na Europa, enquanto mantém a referência norte-americana não divulgada.”

Segundo o BTG, há algum tempo, já observa que os preços atuais da celulose, próximos de US$500/t na China, são insustentavelmente baixos. Para o banco, esses níveis estão efetivamente pressionando cerca de 20% da capacidade global para baixo, enquanto até mesmo os líderes do setor estão gerando retorno sobre o capital investido (ROIC) bem abaixo de seu custo, sem absolutamente nenhum valor adicionado (EVA).

“Embora não antecipemos uma recuperação em forma de V dos preços, dado o excesso de oferta nos mercados e as taxas de operação ainda abaixo de 90%, vemos uma janela para os produtores recomporem a lucratividade a partir de níveis insuportavelmente baixos. O teste chave será se os preços de revenda na China seguirão e indicarão uma reversão de sentimento do mercado”, ressaltou o BTG.

Neste cenário de preço mais achatado, o BTG avalia que a ação da Suzano sofreu nos últimos meses devido a preocupações com a alocação de capital, que começaram a diminuir após o recente anúncio de fusão com a Kimberly-Clark e os comentários da administração sobre futuros planos de fusões e aquisições.

“Embora reconheçamos os ventos contrários mais amplos das commodities, continuamos a ver a celulose como um vencedor relativo, apoiado por sua posição mais forte na curva de custos e uma exposição relativamente menor à China”, informou o BTG. “O mercado fraco de celulose também pesou sobre a ação, mas estamos começando a ver sinais de um ambiente de preços melhorado à frente, apoiado por tentativas contínuas de aumento de preços.”

Segundo o banco, com os preços da celulose nos níveis atuais, em US$ 500/t, o risco de queda é limitado. “Dito isso, a avaliação continua atraente, com a ação sendo negociada a 5,6 vezes EV/EBITDA 2026 ante 7,0 vezes o valor justo, em nossa opinião.”

O BTG tem recomendação de compra para o papel da Suzano com preço-alvo de R$ 73 para a ação negociada na B3, com potencial de valorização de 39,6% ante o fechamento de quinta-feira, 11, e de US$ 13,33 para a ADR.

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