A gestão da Motiva (ex-CCR) reforçou, em reunião com analistas do BTG Pactual, a intenção finalizar o desinvestimento de todo o portfólio de aeroportos até o final deste ano, com fechamento esperado para 2026. Em relatório sobre o encontro, a equipe do banco destaca a disciplina de capital da companhia e as estratégias de ganho de eficiência.
Em relação aos desinvestimentos em aeroportos, a equipe do BTG avalia que essa e outras iniciativas de reciclagem de capital “devem dar mais poder de fogo para financiar o crescimento futuro, especialmente dado o robusto pipeline de concessões de rodovias esperado nos próximos 12 a 18 meses”.
Os analistas relatam ainda que o CEO da Motiva enfatizou o fortalecimento da disciplina de capital da empresa em leilões recentes, focando em ativos complementares de menor risco em regiões centrais, enquanto se mantém fora e/ou faz lances baixos em processos menos atraentes.
A mensagem sobre as metas de eficiência de custos também foi positiva, com a Motiva visando sua meta de 38% de opex (despesas operacionais) em relação à receita antes de 2026, impulsionada pelo controle disciplinado de custos e iniciativas de economia de energia.
“No geral, a reunião reforçou nossa visão construtiva sobre a empresa, que vemos como uma jogada atraente sobre a queda das taxas de juros no Brasil, mas não apenas isso, pois esses verticais de valor devem continuar a desbloquear valor gradualmente”, apontam os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Samuel Alkmim.
O BTG calcula que as ações da Motiva vêm sendo negociadas a uma avaliação considerada atraente, com taxa interna de retorno (TIR) real de 12,1%.