O Bradesco BBI considerou positivo para a C&A o término da joint venture com o Banco Bradesco e o Bradescard. O BBI aponta que, embora a saída de R$ 650 milhões, pelo direito de oferecer produtos e serviços financeiros, já fosse esperada e considerada na dívida da varejista, os R$ 170 milhões da venda da carteira Bradescard não estavam incluídos nos números. A casa estima que, após impostos, o valor líquido seja de R$ 155 milhões.
Em relatório, os analistas Pedro Pinto, Gustavo Senday e Lorenzo Marques destacam que o montante recebido representa 3% do valor de mercado da companhia e gera uma melhora de 0,15 vez na relação dívida líquida sobre Ebitda. Além disso, vê-se um impacto positivo de, aproximadamente, 4% no EBT dos próximos 12 meses.
O impacto do Bradescard nos resultados da C&A, para o BBI, já era pequeno nos últimos anos, representando apenas 1% das receitas consolidadas no primeiro trimestre e devendo chegar a zero no terceiro trimestre. Diante disso, a descontinuação não terá efeito prático nas operações gerais.
“No geral, continuamos otimistas sobre a tese da C&A, pois a vemos como uma história de autoajuda, combinando revisões adicionais para cima do lucro por ação, sustentadas por iniciativas internas de produtividade e lucratividade, bem como ganhos persistentes de participação de mercado”, concluem os analistas.
O Bradesco BBI reiterou recomendação outperform (equivalente a compra) para as ações da C&A. O preço-alvo é de R$ 14, o que representa um potencial de desvalorização de 17,74% ante o último fechamento.