O Safra atualizou seu preço-alvo do Ibovespa para 170 mil pontos em meados de 2026. “A perspectiva de fim do ciclo de aperto monetário foi reforçada por sinais de moderação na atividade econômica, levando a uma melhoria do sentimento de mercado para o primeiro semestre de 2025 devido a perspectivas de queda nas taxas de juros futuras e redução do risco-país”, explica o banco em relatório.
Diante desse cenário, o Safra também reduziu sua suposição de custo de capital de 15,30% para 14,80%. Além disso, o banco atualizou a estimativa de lucro por ação (EPS), o que, combinado com uma relação de preço sobre lucro alvo de 8,6 vezes, levou à estimativa de 170 mil pontos para o índice.
O Safra entende que, mesmo que os indicadores econômicos estejam mostrando sinais de desaceleração, os lucros corporativos permanecem saudáveis, deixando o Ibovespa em linha com o mercado mexicano e chinês, com um ganho por volta de 16% no ano. Além disso, a bolsa brasileira fica mais atrativa diante da guerra comercial entre EUA e China, explica a casa, por conta da busca por diversificação de portfólio.
Esse cenário positivo deve continuar, de acordo com o relatório, levando em conta que o Ibovespa ainda está negociando 24% abaixo de sua média histórica de 10 anos; as empresas brasileiras continuam a mostrar fundamentos sólidos; e com o fim iminente do ciclo de alta de juros, pode-se esperar resultados corporativos mais positivos em 2026, além da migração da renda fixa para a variável. “Dentre os mercados emergentes, o Brasil se destaca com um desconto acima da média”, conclui.
Por outro lado, o banco pondera que existem riscos: desaceleração econômica global mais acentuada; deterioração fiscal adicional no Brasil; taxa de crescimento econômico menor no País; piora do ambiente político; política monetária mais apertada nos EUA, influenciando o diferencial de taxa de juros; mudanças tributárias com impacto negativo nas empresas; e escalada de conflitos geopolíticos.
Inflação, Selic e PIB
O Safra reiterou também sua visão cautelosa sobre a inflação. O banco estima que a taxa de juros permanecerá em 14,75% até o quarto trimestre de 2025, com o IPCA de 2025 chegando a 5,1%. Todavia, a Selic deve encerrar o ano em 13,75%, considerando sinais de desaceleração inflacionária. Com condições monetárias apertadas, combinadas com estímulos ao crédito e consumo, a casa revisou sua previsão para o PIB de 2025 de 1,5% para 1,7%.
Para o fim de 2026, o banco estima um crescimento do PIB de 1,8%, inflação de 3,8% e uma taxa Selic de 11%, com o dólar cotado a R$ 5,92.