Apesar de o 4º trimestre de 2024 ter sido conturbado, à medida que as preocupações fiscais e as expectativas de inflação pioraram e impactaram o câmbio e as taxas de juros brasileiras, o mercado espera por uma temporada de balanços muito forte para as empresas brasileiras do índice Ibovespa, afirma relatório da XP Investimentos assinado por Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head de Research, juntamente com Felipe Veiga (estrategista de ações), Júlia Aquino e Lucas Rosa (estrategistas quantitativas).
As empresas, que começam a divulgar a partir de 5 de fevereiro os balanços com números do trimestre passado e, também, os números consolidados de 2024, devem, de forma geral, reportar crescimento do Ebitda (lucros operacionais) e do lucro por ação (LPA), porém com crescimento mais tímido para as receitas.
Segundo dados da Bloomberg, a expectativa é de um crescimento de 31,4% no LPA, 36,9% no Ebitda e 4,8% na receita em relação ao mesmo período de 2023. Esse crescimento é impulsionado por um cenário macroeconômico doméstico ainda relativamente sólido e pela desvalorização do real, que favoreceu empresas exportadoras.
Setores em destaque
Entre os resultados que serão divulgados a partir da próxima semana, alguns deles devem se destacar, de acordo com a XP. Confira quais e os motivos.
Proteínas: setor deve se beneficiar de preços atrativos, impulsionados por um mercado global de oferta e demanda ainda apertado.
Shoppings e propriedades comerciais: perspectiva de trimestre sólido, com baixos custos de ocupação estimulando uma maior demanda e gradativa elevação das taxas de ocupação.
Papel e celulose: previsão de volumes de venda de celulose fortes, enquanto a desvalorização do real deve compensar a queda dos preços internacionais da commodity.
Produtores de alimentos: destaque negativo, devido à estrutura de capital alavancada dos atacadistas e ao ambiente macroeconômico desafiador. Além disso, custos elevados não devem ser repassados ao consumidor, pressionando as margens.
Varejo alimentar: também deve ter desempenho negativo, com vendas de lojas ficando abaixo da inflação alimentar e poder de compra deteriorado.