A temporada de divulgação de resultados do 4º trimestre de 2024 promete ser amplamente positiva para os bancos, afirma relatório do Itaú BBA. Indicadores macroeconômicos permaneceram aquecidos até o final do ano, com volumes de câmbio também apresentando alta, impulsionando o setor financeiro.
Segundo os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, os resultados do 4º trimestre do ano passado devem importar menos do que os indicadores subjacentes e os comentários das gestões para 2025.
Entre os destaques positivos da temporada, BTG Pactual e Banco Inter combinam sólidos números trimestrais com perspectivas robustas para o próximo ano. Já os grandes bancos devem apresentar resultados mistos, com números consistentes contrastando com uma visão mais conservadora para o futuro.
“Nossas estimativas para os lucros de 2025 do Bradesco caíram 10%”, afirma o relatório, que reflete uma visão mais cautelosa sobre os bancos, priorizando qualidade em detrimento de valor.
“Continuamos igualmente cautelosos com o Nubank para 2025, embora reconheçamos a força dos resultados do 4T24. Por outro lado, seguradoras devem ter trimestres decentes e perspectivas mais construtivas”, afirma o relatório.
Grandes bancos
Os resultados dos grandes bancos no último trimestre de 2024 devem trazer crescimento de lucros para a maioria das instituições. A expansão das carteiras de crédito e o baixo custo de risco são fatores comuns entre as instituições. O mercado de trabalho aquecido e a redução dos índices de inadimplência impulsionam a confiança no crédito ao varejo.
No entanto, os ganhos de eficiência operativa podem ser limitados, já que despesas administrativas e operacionais (SG&A) tendem a aumentar no último trimestre. O cenário geral é de crescimento do lucro por ação (EPS), mas o panorama futuro sugere uma trajetória mais desafiadora.
Projeções
A divulgação de projeções para 2025 será um ponto central nos balanços do 4T24. A conjuntura econômica instável, marcada por juros elevados e inflação, deve impactar o apetite por concessões de crédito.
As projeções dos bancos devem refletir um crescimento moderado das carteiras de crédito (alta de um dígito) e margens financeiras líquidas (NIMs) estáveis. As despesas operacionais acima da inflação podem comprometer ganhos de eficiência.
“Espera-se uma leve deterioração na qualidade do crédito ao longo do segundo semestre de 2025, com custos de risco crescendo. Ainda assim, a previsão para o próximo ano é de crescimento nos lucros entre 10% e 12%, mais concentrado no primeiro semestre”, avaliam os analista do Itaú BBA.
O desafio será entender o ritmo e a intensidade da desaceleração nos resultados na segunda metade de 2025, diante de volumes menores e custos de risco maiores.