Com o fim da temporada de balanços do 2º trimestre 2024, a XP publicou um relatório com uma análise consolidada dos resultados. E a avaliação é de que o período representou “a melhor temporada dos últimos quatro trimestres” para as empresas.
“Dentre as empresas cobertas pela XP, 40% superaram nossas estimativas de receita, 14% ficaram aquém e 46% ficaram em linha das projeções dos nossos analistas. Quanto ao Ebitda, 36% superaram nossas expectativas, 49% vieram em linha, e 14% ficaram abaixo. Por fim, olhando para o lucro líquido reportado, 49% superaram nossas estimativas, 33% ficaram em linha e 18% ficaram aquém”, escreveram Fernando Ferreira, estrategista-chefe e Head do Research XP; e os estrategistas de ações Jennie Li e Felipe Veiga.
“Em relação ao 2º trimestre de 2023, as companhias sob cobertura da XP apresentaram um crescimento de receita e Ebitda consolidados de 15,9% e 6,3%, respectivamente. Quanto ao Ibovespa, as receitas e o Ebitda se contraíram após um crescimento em termos anuais no trimestre passado, caindo 4,2% A/A e 2,3%, respectivamente, enquanto os lucros contraíram 9,2%”, acrescentaram os estrategistas.
“Olhando para frente, estamos vendo as expectativas de lucros pelo consenso sendo revisadas para cima. Desde o começo da temporada em julho, as projeções de lucro por ação para os próximos 12 meses, e, também, de 2024 e 2025, têm sido revisadas para cima”, afirma a XP em seu relatório.
Destaques
De acordo com a XP, bancos, shoppings e frigoríficos estão entre as empresas cujos resultados se destacaram entre abril e junho deste ano. Veja a seguir.
Bancos: Segundo a XP, “os grandes bancos melhoraram a rentabilidade com aumento da concessão de crédito e menor inadimplência. Em pagamentos, a dinâmica competitiva se manteve saudável, o que fez com que o crescimento das receitas mais que compensasse o crescimento das despesas comerciais”
“Em mercado de capitais, apesar do nível de atividade ainda abaixo do ideal, as empresas foram capazes de compensar isso com outras fontes de receitas e rígido controle de custos. Em seguros, vimos alguns impactos não recorrentes afetando o trimestre, mas acreditamos que o nível de lucratividade deva se recuperar nos próximos trimestres. Para os neobanks e fintechs, atese de alavancagem operacional continua evoluindo, assim como o patamar dos ROEs.”
Shoppings: Os shoppings apresentaram uma forte perspectiva operacional no 2T24, impulsionada pelo crescimento nas vendas dos lojistas e uma dinâmica favorável de inadimplência líquida devido ao momento positivo da demanda dos lojistas. “Na linha superior, observamos um trimestre de crescimento modesto, embora os segmentos alternativos de receita tenham compensado ligeiramente os efeitos do leve crescimento da receita de aluguel”, indicou a XP.
A Multiplan foi o destaque, com um crescimento mais forte da receita líquida impulsionado pelas vendas de terrenos. Com relação à lucratividade, as margens Ebitda permaneceram sólidas, apoiadas por despesas de propriedade mais baixas, resultantes de uma combinação de altas taxas de ocupação e inadimplência líquida controlada.
O Iguatemi teve um desempenho de destaque, apresentando uma expansão robusta da margem A/A, uma vez que o segmento de varejo se manteve em breakeven. No geral, os shoppings apresentaram um sólido crescimento do FFO no 2º trimestre de 2024, também impulsionado por melhores resultados financeiros.
Frigoríficos: Segundo a corretora, os resultados dos frigoríficos surpreenderam positivamente, “uma vez que as margens estão fluindo na cadeia devido a grãos mais baratos”. “Além disso, a demanda de exportações e doméstica continua forte, principalmente no Brasil e nos EUA”, disseram os analistas.