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Saneamento

Equatorial ofereceu R$ 6,8 bi por 15% do capital da Sabesp

Expectativa é de que privatização da companhia movimente cerca de R$ 15 bilhões

Privatização deve permitir que a Sabesp se beneficie de ganhos de eficiência (foto: Adobe Stock)

Única empresa a apresentar proposta para a aquisição de 15% de participação no capital da Sabesp, a Equatorial Energia foi qualificada como investidor de referência na privatização da companhia de saneamento do Estado de São Paulo, anunciou o governador Tarcísio de Freitas.

De acordo com o governador, a Equatorial deve pagar cerca de R$ 7 bilhões pela fatia de 15% na estatal de saneamento. “Estamos satisfeitos com o resultado e o andamento do processo”, afirmou Tarcísio, de Londres, onde participa de encontros com investidores estrangeiros, depois de passar por Nova York e Lisboa.

A expectativa é de que a privatização da Sabesp movimente ao todo cerca de R$ 15 bilhões. Além de ser a maior operação do gênero no Brasil este ano, a oferta pública (follow on) de ações da Sabesp concorre para se tornar a quinta maior do mundo em 2024.

Nova no ramo

A Equatorial, que começou a operar em serviços de saneamento mais recentemente, deverá ser o investidor individual com maior influência na gestão da companhia, ao lado do governo paulista, que permanecerá com 18% da Sabesp. Cada um terá três assentos no Conselho de Administração.

A oferta da Equatorial, apresentada na última quarta-feira, ofereceu R$ 67 por ação, o que deverá significar um desembolso da ordem de R$ 6,87 bilhões pela fatia de 15% do capital da Sabesp.

A privatização da Sabesp prevê compromisso do novo acionista de investimentos da ordem de R$ 70 bilhões até 2029 para universalização da água e esgoto no Estado de São Paulo. A Equatorial também não poderá investir em áreas em outros locais que concorram com a Sabesp.

A precificação (definição do preço de venda de outra parcela das ações pertencente ao Tesouro paulista) está prevista para o dia 18 de julho e até lá vários encontros estão ocorrendo entre o governo do Estado de São Paulo, representantes dos bancos que coordenam a oferta e investidores locais e estrangeiros.

Desistência

Na próxima segunda-feira, começa o período de reserva de ações para o investidor de varejo, que se encerra no dia 15 de julho. Cerca de 18% da fatia do governo paulista à venda será oferecida para o varejo, incluindo venda para pessoas físicas, aposentados e funcionários da Sabesp.

Até o início da semana, havia sinalização de que a companhia de saneamento Aegea estava na disputa e, também, faria uma proposta para se tornar acionista de referência da Sabesp.

Mas, na quarta-feira, data para a entrega das propostas, a empresa desistiu, entre outros motivos, por conta da margem apertada do “poison pill”, um gatilho por meio do qual um investidor é obrigado a lançar uma oferta de compra de ações ao mercado se ultrapassar determinada fatia de participação na companhia.

No caso da Sabesp, esse porcentual é de 30%. A Aegea tem entre seus acionistas o Itaúsa e o fundo soberano de Cingapura (GIC), que reúne vários fundos, os quais eventualmente podem ter acréscimo de posições em Aegea.

Ao longo desta primeira fase do processo de desestatização da Sabesp, muitos dos potenciais interessados questionaram também a previsão de um plano de universalização dos serviços de água e esgoto no Estado, até 2029, muito audacioso e, também, desvantagens financeiras para a entrada de grandes fundos que não são investidores estratégicos. Nessa etapa, ficaram pelo caminho a gestora IG4, a francesa Veolia, Cosan, os canadenses da Brookfield e o grupo Votorantim.

Caixa reforçado

A privatização da Sabesp, pela modelagem apresentada, movimentaria R$ 12,8 bilhões se o lote base de 191,71 milhões de ações fosse vendido ao preço de R$ 67 ofertado pela Equatorial para entrar no processo como investidor de referência. Considerando também o lote suplementar, de mais 28,75 milhões de ações, o Tesouro paulista poderia embolsar até R$ 14,77 bilhões.

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