A oferta de ações desenhada pelo Governo do Estado de São Paulo para privatizar a Sabesp está sendo avaliada pela companhia de saneamento Aegea, que já colocou em sua carteira parte da concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) do Rio de Janeiro e a Corsan, do Estado do Paraná. A expectativa é que a oferta de ações da Sabesp aconteça em junho.
O CEO da Aegea, Radames Casseb, disse, após participar do 10 Brazil Investiment Forum, promovido pelo Bradesco BBI, que a companhia já conversa com novos investidores financeiros estratégicos para compor o grupo potencialmente interessado em ancorar a oferta de ações, que vai tirar o controle da empresa das mãos do Estado.
Segundo ele, os atuais acionistas, que ele chama de “núcleo duro”, fariam parte dessa composição. Além da Equipav, que tem 70% da empresa, são acionistas o fundo soberano de Cingapura CIG (19%) e a Itaúsa (10,2%).
“Estamos conversando com parceiros financeiros estratégicos para compor um grupo, essa discussão vai ser amadurecida”, disse Casseb, sem identificar se são locais ou estrangeiros.
“Quando olhamos para Sabesp, que tem um valor de mercado gigantesco e que demanda, considerando os 15% potenciais (de ancoragem), seria necessário algo em torno de R$ 10 bilhões em volume de capital, sem considerar a competição e o ágio, é necessário pensar em uma estrutura de capital com novos parceiros para fazer frente à competição”, acrescentou.
A ideia, segundo ele, é replicar uma estrutura vencedora de atrair capital para o investimento, sem onerar o balanço da empresa. Casseb lembrou que ao entrar na concessão do Rio de Janeiro, a empresa chegou a uma alavancagem “pico” de seis vezes. “O arranjo escolhido foi a Aegea junto com seus sócios, capitalizarem esse agrupamento de investidores para fazer frente à disputa dos R$ 15 bilhões no Rio de Janeiro”, afirmou.
Essa ferramenta de atração de capital foi ampliada na Corsan, com a entrada das gestoras Perfin e Kinea. “Essa estrutura de capital faz com que não oneremos o balanço diretamente e com que as garantias que vão fazer performar o ativo e atrair capital com custo adequado e nível de risco adequado”, disse. Em dezembro deste ano, a alavancagem da Aegea caiu para 3,7 vezes, acrescentou.