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Energia limpa

Hidrogênio verde é promissor no médio prazo, diz Petrobras

“É revolucionário e disruptivo”, afirmou o diretor de sustentabilidade da empresa

Empresa estuda viabilidade econômica da hidrogênio verde (foto: Adobe Stock)

O diretor de sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou que enxerga o hidrogênio verde como a divisão de negócios com potencial mais promissor no médio prazo dentro da discussão sobre transição energética.

Segundo o executivo, que citou um estudo promovido pela Bloomberg, em 2030 é esperado que o hidrogênio verde seja mais competitivo e barato no Brasil na comparação com o hidrogênio cinza (obtido a partir da queima do gás) em outros países.

“É algo revolucionário e disruptivo. Estamos falando de um novo paradigma. A Petrobras é a maior produtora e consumidora de hidrogênio no Brasil”, afirmou Tolmasquim durante o seminário “Energia limpa: A transição energética no Brasil” realizado pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, 19.

O executivo mencionou que atualmente o hidrogênio é utilizado dentro das refinarias em meio ao processo de desenvolvimento de diesel e outros combustíveis, mas dependendo do potencial competitivo do produto, ele poderá ser fundamental para a produção de outros insumos, como a amônia verde, o metanol verde, além de combustíveis sintéticos.

“No curto prazo vamos investir em eólica onshore e energia solar onshore, porque já são tecnologias maduras. Também vamos investir no segmento renovável de combustíveis, como o diesel renovável”, afirmou Tolmasquim.

Sobre o futuro relacionado ao hidrogênio verde, o diretor de sustentabilidade da Petrobras afirmou que o insumo poderá ser utilizado não apenas no refino, mas na atividade petroquímica, na produção de fertilizante, e na siderurgia.

Mercado europeu

Em um primeiro passo o foco da estatal seria o mercado europeu por conta da maior disposição em pagar mais caro por um produto sustentável, mas se os custos diminuírem e o preço do hidrogênio verde ficar barato no Brasil em comparação a outros países, o diretor de sustentabilidade da Petrobras também enxerga potencial para um consumo nacional do produto.

“Quando eu pensava em hidrogênio eu olhava o Brasil e imaginava o País exportando o produto para a Europa. Hoje mudei a minha cabeça. Talvez iremos começar a exportar para a Europa por conta dos subsídios que trazem maior competitividade lá… Isso (subsídios e incentivos) não existe no Brasil, então não tem porque não começarmos lá. Mas se os custos caírem da maneira como é projetado, o mercado nacional tem potencial para o nosso hidrogênio verde”, afirmou Tolmasquim.

O executivo acrescentou que há forte potencial para o hidrogênio verde ligado ao SAF (combustível sustentável de aviação), em função da regulação internacional que exige das companhias aéreas que elas aumentem a parcela de consumo de renováveis.

“Tem um mandato para as empresas aéreas descarbonizarem o uso de seus combustíveis, mas quando conversamos com essas companhias, elas nos falam que não existe a oferta de um produto renovável. O Brasil tem potencial imenso em oleaginosas e um novo mercado está aparecendo. Fazer combustível líquido é algo que a Petrobras sabe fazer e faz parte do nosso negócio”, disse o diretor de sustentabilidade da estatal.

Por fim, Tolmasquim encerrou com uma provocação: “Quem sabe podemos substituir o que é produzido por BioQAV? Há vários negócios surgindo”.

 

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