Os bancos revisaram para baixo a perspectiva de crescimento do crédito neste ano em relação a 2023, de 8,5% para 8,4%, de acordo com a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A redução é fruto da menor expectativa de crescimento da carteira com recursos livres, que passou de 8,4% para 8,1% entre as pesquisas de dezembro do ano passado e de fevereiro deste ano.
Na carteira livre, a queda veio da expectativa para o saldo de operações para pessoas jurídicas, que recuou de crescimento de 7,6% para alta de 7,4%. No ano passado, a carteira de pessoas jurídicas como um todo teve crescimento de 1,9%, diante da alta dos juros, que reduziu o ímpeto das empresas por crédito, e dos casos Americanas e Light, que pressionaram o mercado no primeiro trimestre.
De acordo com a pesquisa, 93,8% dos bancos esperam que o segmento apresente alguma melhora ao longo deste ano. Para 50%, a melhoria deve começar a partir do segundo semestre, enquanto 43,8% acreditam que deve acontecer já na primeira metade de 2024.
Na carteira livre para pessoas físicas, os bancos passaram a projetar alta de 8,9% em relação ao saldo do ano passado, ante uma perspectiva de crescimento de 8,8% capturada pela rodada anterior da pesquisa. Na carteira com recursos direcionados, a projeção de alta foi elevada de 8,6% para 8,9%, com destaque para a carteira direcionada PJ, com elevação de 1,2 ponto porcentual, para 8,8%.
“O resultado da pesquisa pode ser considerado positivo, pois consolida a percepção de que o mercado de crédito tende a apresentar uma evolução positiva em 2024, especialmente na carteira com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico”, diz em nota o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da entidade, Rubens Sardenberg.
“Além disso, cabe notar que, caso se confirme, a aceleração é mais expressiva do que aparenta, porque em termos reais, o crescimento do crédito sairia de cerca de 3,0%, em 2023, para 4,5% neste ano.”
Em relação à inadimplência, os bancos esperam que o indicador de atrasos acima de 90 dias encerre o ano em 4,5%, o que representaria uma queda de 0,2 ponto porcentual em relação a 2023. A nova projeção é menor que a de dezembro, de 4,6%.
A pesquisa também captou as primeiras projeções para o crédito em 2025. Os bancos esperam alta de 8,1% no saldo total de operações, sendo de 8,6% para a carteira com recursos livres, e de 8% para a carteira com recursos direcionados. A inadimplência, por sua vez, deve encerrar o ano que vem em 4,3%, na visão das instituições.
O levantamento foi realizado com 18 bancos entre os dias 6 e 9 de fevereiro.
