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Alpargatas enfrenta recuperação desafiadora, avalia Citi

Dona da Havaianas registrou lucro de R$ 4,8 milhões no 4º trimestre de 2023

Resultados do quarto trimestre de 2023 ficaram abaixo do esperado por analistas (foto: Adobe Stock)

Os resultados do quarto trimestre da Alpargatas, com vendas líquidas 7% abaixo do esperado pelo Citi, além de despesas não recorrentes, mostram que a empresa tem claramente um turnaround (processo de recuperação de valor e de performance) complexo pela frente, avalia o banco.

A dona da marca Havaianas registrou lucro líquido normalizado de R$ 4,8 milhões no quarto trimestre de 2023, uma queda de 92,4% na comparação com o do mesmo intervalo do ano anterior.

Em relatório, os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo afirmam que os números evidenciaram a recuperação desafiadora que a empresa enfrenta. “Embora a melhoria no capital de giro e o claro alívio de custos, excluindo as amortizações, sejam sinais de progresso, ainda vemos uma operação em dificuldades em geral, especialmente no negócio internacional”, afirmam.

Os profissionais acreditam que 2024 será outro ano desafiador para esta divisão internacional, já que a direção da empresa citou volumes de pré-encomenda abaixo das expectativas.

No Brasil, a receita líquida ficou estável em R$ 895 milhões e em linha com o esperado pelo Citi, com uma queda de 3% no volume anual, compensada pelo aumento de 3% no comparativo anual.

“O sell-out retomou seu território positivo pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2022, subindo 1% no quarto trimestre. A margem bruta (GM) caiu 120 pontos-base no comparativo anual para 38,1%, uma vez que a melhoria sequencial trazida por menores custos de insumos (GM de 37,2%) foi mais do que compensada por baixas de matérias-primas e produtos acabados. Como resultado, a margem Ebitda ficou em 17,9% ante nossa previsão de 22%”, destacam Soares e Reboredo.

Em Internacional, a receita líquida caiu 49% no comparativo anual, para R$ 97 milhões e 43% abaixo do esperado pelo Citi. O resultado negativo foi impulsionado por uma enorme diminuição nos volumes (-48% face ao ano anterior, ante estimativa de queda de 20% do Citi) como resultado da redução de estoques dos distribuidores do Sudeste Asiático (-44% face ao ano anterior) e menores vendas para a Europa (-60%).

A GM em Internacional caiu 35 pontos porcentuais, para 13,2% (contra previsão de 48,2% do Citi), dada a enorme desalavancagem operacional, o aumento dos custos fixos (ou seja, armazenamento na Europa) e as baixas de produtos acabados. A perda total de Ebitda ficou acima do esperado pelo Citi, de R$ 26 milhões negativos, atingindo R$ 100 milhões negativos.

Os analistas destacam, no entanto, como uma boa notícia a geração de caixa com dívida líquida reduzida para R$ 551 milhões, contra R$ 817 milhões do terceiro trimestre. Segundo o banco, o caixa resultou principalmente de R$ 279 milhões em capital de giro (estoques e fornecedores).

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