A Volkswagen anunciou na noite de quinta-feira (1) um aumento no plano de investimentos para o Brasil. A empresa pretende investir R$ 16 bilhões entre 2022 e 2028. A montadora não detalhou a distribuição dos valores em cada ano, mas, ao Broadcast, o CEO da companhia no Brasil, Ciro Possobom afirmou que 2024 e 2025 serão “anos bem fortes de investimento”.
A estrutura de capital para sustentar o novo plano de investimentos deve envolver principalmente a geração de caixa da Volkswagen, segundo Possobom. A empresa também deve fazer empréstimos com o BNDES e empréstimos no mercado local, afirmou o executivo.
Novos modelos
O novo plano de investimento foca em diversificar a carteira de veículos produzidos no Brasil. Questionado se haverá também um crescimento na produção de carros nos próximos anos, Possobom aposta em um aumento, “mas tudo depende do comportamento do mercado brasileiro”.
Até 2028, a montadora prevê lançar 16 novos modelos, incluindo total flex (com motor abastecido a álcool ou a gasolina), híbridos (combinando motor elétrico e a combustão) e elétricos. A estimativa é que sejam lançados ao menos quatro novos modelos ainda este ano.
A Volkswagen prevê lançar projetos novos em todas as fábricas brasileiras, incluindo um novo motor na fábrica de São Carlos (SP) e um novo modelo de pickup na fábrica de São José dos Pinhais (SP).
“Os lançamentos não vão acontecer apenas em uma planta”, explicou o CEO da Volkswagen. O executivo afirmou também que a empresa fechou acordos com sindicatos de todas as fábricas até 2028. “Isso é positivo para viabilizar os novos projetos”, explicou.
Eletrificados
A Volkswagen também anunciou que vai iniciar a produção nacional de híbridos, com o projeto MQB Hybrid. A estratégia da montadora é combinar a produção de carros total flex com a de eletrificados (híbridos e elétricos).
“Carro elétrico não é a única solução. A tecnologia total flex é um ativo nacional que também reduz a emissão de carbono”, afirmou Possobom. Atualmente, 95,5% dos veículos vendidos no Brasil tem motor a combustão, sendo que 83% suporta álcool e gasolina.
O CEO da Volkswagen avalia que o mercado de carros eletrificados vai continuar crescendo e, até o final da década, a montadora deve começar a produzir carros 100% elétricos nas fábricas brasileiras.
Os carros híbridos produzidos no Brasil também vão atender o mercado da América Latina. “Vai ser uma necessidade para a região”, avalia Possobom. Segundo o executivo, o comportamento do consumidor nesses países é muito parecido e “uma solução colocada no Brasil pode funcionar para Colômbia, Equador, Argentina”.